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Aramis

Geléia Geral

Os Anos Dourados não ficaram apenas na nostalgia do vídeo e no ótimo elepê com a trilha sonora que a Sigla lançou. Há subprodutos estimulantes como o reaparecimento dos Golden Boys, a volta de Evinha - com direitos a shows até no150 do Maksoud Plaza - e os Fevers, 21 anos, 13 discos de ouro e que está na praça com seu 27º lp. Os Goldens Boys estão na estrada desde 58 - os irmãos Ronaldo, Roberto e Renato, e um primo, Valdir - e que vem atravessando modismos, separações eventuais mas que ainda tem um público seguro, tanto é que num bem cuidado elepê (afinal Renato Correa é um dos mais experientes produtores fonográficos) recriam sucessos antigos como "Casaco Marrom", "Andança", "Rock'n Roll Lullaby", ao lado de canções mais novas, como "Tipo Blazê" ou "Transformista", esta parceria de Renato com Jaime Além. Ao contrário dos Golden Boys - que passaram muitos anos separados devido a caminhos próprios de cada um, os Fevers mantém-se unidos e Lieber (baixo), Luiz Cláudio (ritmo/vocal), Augusto César (vocal/Guitarra), Lécio (bateria), Cleudir e Miguel Angelos (teclados), em seu novo lp (RCA), usam toda a experiência de Gutti/Michael Sullivan, num repertório feito para ser executado nas FMs. Abrindo o lado um, uma composição de Prêntice, irmão caçula da cantora Maritza, cunhado do curitibano Heitor Valente e, finalmente escalando os espaços que merece: "O Pensamento Vai Mais Longe". xxx Assim como a temporada de Tony Bennet catipulou seus discos, a rápida excursão de B. B. King também fez com que a garotada procurasse seus discos. Aproveitando a ocasião, a WEA lança agora uma marcante gravação do disco - "B. B. King - Live In Cock Country Jail", realizado numa penitenciária de Chicago, em 10/9/1970. Um disco da maior força, no qual, recebido as vaias no início - por presidiários que não desejavam o seu show - termina emocionando aos presentes, ao cantar, e, solar com sua indispensável Lucille, um repertório soul no qual explora ao fundo todas as nuances e emoções do Blues - do qual é, sem favor, o maior intérprete da atualidade. xxx Se Nelson Ned é um brega hoje internacional - e seu novo elepê ("O Grande Nelson Ned", Odeon), o traz com uma mistura de versões e composições próprias, a mesma gravadora investe firme em dois outros bregas de público seguro: Evaldo Freire, 6 elepês em 7 anos, discípulo do falecido Evaldo Braga e com o apelido de "Gogó de Ouro" tem uma faixa segura de atuação no Norte-ordeste. Os títulos de algumas de suas canções já definem o público que atinge: "Só Resta Beber", "Cigana Não Minta Pra Mim" e "Ave em Ninho". Outro brega de público garantido é Tarcys Andrade, que em seu novo lp ("Tudo de Mim"), incluiu ao lado de composições próprias, ao estilo dor-de-cotovelo, um grande sucesso do Trio Nagô nos anos 50: "Cabecinha no Ombro" (Paulo Borges).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
24/08/1986

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