Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de outubro de 1987
Michael Jackson merece mais apreciações em espaços que se dedicam a análises de publicidade e marketing (que tal, Silvia Dias, um approach em seu suplemento sobre comunicação, aqui mesmo em O Estado), do que em páginas musicais. Isto porque, raras vezes um produto foi tão bem embalado, em termos de consumo, do que este cantor-compositor que voltando a gravar após 5 anos, fez um lançamento mundial e simultâneo do seu novo lp ("BAD", CBS), precedido da mais intensa campanha promocional já feita. As músicas? Isto pouco importa e os executivos da gravadora querem é recuperar os milhões de dólares investidos.
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Dos estrangeiros descartáveis, aos nacionais em busca de espaço. Por exemplo, o paraibano Gilberto Teixeira chega ao elepê, após muito tempo de luta. Apesar das origens nordestinas, Gilberto decidiu dividir o disco: metade com músicas regionais, o outro lado com composições urbanas. A produção teve o cuidado de chamar bons músicos para acompanhá-lo, com o acordeonista Chiquinho, Jamil Joanes no baixo e Marçalzinho na percussão.
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Espanhol de Sevilha, mas criado no Brasil, após 15 anos de Interior de São Paulo, Diego decidiu fazer carreira como crooner. Há três anos fez um compacto simples ("Abre a Porta" e "Adeus, Amor, Adeus") que vendeu o suficiente para lhe garantir o primeiro lp ("Passo Errante"). Conquistou seu público, ganhou disco de Ouro e agora faz na RGE um novo elepê, "Coração Mágico", com músicas na linha brega-romântica.
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Outro cantor brega, este já bastante conhecido, que garante boas vendas para a RGE é Carlos Alexandre, 11 anos de carreira, mais de um milhão de cópias vendidas. Seu décimo lp ("Nosso Quarto é Testemunha"), já saiu com uma vendagem antecipada de 180 mil cópias. Exemplo do artista modesto, que sem ganhar espaço na imprensa nacional, tem, entretanto, um público fiel.
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Mais alguns registros de lançamentos pop, que chegam aos quilos nas lojas para disputa de um público jovem. Por exemplo, o quinto elepê do grupo Echo And The Bunnymen foi lançado pela WEA, mostrando um som mais burilado deste quarteto formado por Ian MacCulloch, Will Sergeant, Lee Pattison e Pete de Freitas, este nascido em Porto of Spain, Trindade.
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Em envelope simples, mas contendo dois discos, o grupo Hosker Du vem com seu "Warehouse, Songs and Stories", com um som da pesada. Outro conjunto ainda pouco conhecido que a WEA traz é o Lone Justice, que com "Shelter" 10 músicas incrementadas. Misturando o rock e o country, o Lone Justice demorou meses para a produção deste álbum, que teve a participação especial de um guitarrista em evidência, Steven Van Zandt, também o produtor. O grupo tem uma bela vocalista: Maria Mckee. Se fosse em vídeo-disco, a sua presença tornaria mais agradável a audição de seu som da pesada.
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Além do Husker Du, há três outras bandas de metal pesado chegando na praça: Tesla, Raven e Motley Crue. Tesla surgiu do encontro do guitarrista/tecladista Frank Hannon e do baixista Brian Wheat, com um guitarrista - Tommy Skeoch e o vocalista Jeff Keith. Depois, aproximou-se o baterista Troy Lucketta.
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