Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1973
Se não tivesse outras razões (profissionais, financeiras, etc) para aceitar o convite que Gessy Gesse lhe fêz há 60 dias, para integrar o grupo instrumental do espetáculo "Poeta, Moça & Violão", ao menos uma razão sentimental faria com que Luís Roberto (foto) fosse correndo para Salvador, onde o "show" estreou: pois foi ao lado de Vinícius, em agosto de 1961, que fez sua primeira aparição pública como integrante do quarteto Os Cariocas. E naquela mesma noite, na buate Au Bom Gourmet, no Beco das Garrafas (da maior importância dentro da história da Bossa Nova), Vinícius também fazia sua primeira aparição como cantor, num show que reunia nada menos que Tom Jobim, João Gilberto e Os Cariocas, então numa fase excelente. Mineiro da capital, 33 anos, Luís Roberto (no registro civil Luiz Gonzaga Gomes) canta desde os 10 anos, mas começou como profissional em 1959, na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Três anos depois já fazia um lp na Continental, como solista ("Velha Guarda em Bossa Nova"), mas foi nos sete anos que trabalhou com Severino Filho, Badera e Quartera, em Os Cariocas, que se firmou como contrabaixista e vocalista. Com a extinção de Os Cariocas (após uma última apresentação em Buenos Aires, maio 67), Luiz Roberto passou a atuar como free-lance, em vários grupos e trios. Agora, ao lado de Franklin (flauta) e Mário Negrão (bateria), acompanha Vinícius Toquinho e Clara, no espetáculo que os curitibanos a andaram na última segunda-feira, no Paiol. E foi então que Luiz Antônio decidiu entregar a Vinícius algumas músicas inéditas, para o poeta colocar letras. E otimistas, garante:
- Vou assinar minhas músicas como Rio Branco. Boto fé em que elas vão acontecer...
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