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GENTE

Paulo José, um crioulo de 41 anos mas que aparenta pouco mais de 20, pode ser apresentado com múltiplos adjetivos. Mas um o agrada particularmente: foi um dos músicos responsáveis pela introdução da Bossa Nova nos Estados Unidos a partir de 1961, "antes mesmo do histórico concerto no Carnegie Hall, Hall, em 1962", explica em seu jeito tranqüilo de falar. Convidado por Ricardo Cravo Albin para acompanhar, ao violão, a cantora Carmen Costa e o compositor Ismael Silva no espetáculo "Se Você Jurar", apresentado na quinta e sexta-feira, no Paiol, Paulo José permaneceu na cidade até hoje de manhã, voltando a Guanabara "apenas para não perder a grandes desfiles de domingo à noite". Carioca, "no início apenas tocador de violão", Paulo José acompanhou múltiplos artistas e há 13 anos, "com minha alma e espírito de cigano", decidiu correr o mundo. Assim é que, sempre atuando profissionalmente, morou dois anos em Nova Iorque, na Áustria, em Berlim, em Roma e em Paris. "Sabe, hoje musico brasileiro não tem problema no Exterior - desde que seja bom, é claro - mas há 10 anos, a coisa era diferente", explica. Com sua voz rouca - lembrando um pouco Milton Nascimento e extraordinária habilidade instrumental, Paulo participou de inúmeras gravações, inclusive da banda de Dizzy Gillespie, que conheceu através de sua grande amiga Carmen Costa. Em Roma, musicou um filme - "Mulher de Rua" e em Dakar no I Festival de Arte Negra, acompanhou a Clementina de Jesus. Solteiro, confessando-se "um cidadão musical do mundo", Paulo não liga para as coisas materiais. Explica: O que eu gosto é de tocar para pessoas inteligentes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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04/03/1973

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