A guerra (pouco santa) da Câmara
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de janeiro de 1985
A vereadora Marlene Zanin, catarinense de Urussanga, há 10 anos em Curitiba, não esconde sua posição em relação à próxima eleição para a Câmara:
Gosto do Horácio Rodrigues. Acho ele simpático, bom companheiro para um bate-papo, alegre e descontraído. Mas ele sabe que jamais votaria em seu nome para a presidência da Câmara. E ele respeita esta minha posição.
Rafael Grecca de Macedo, do PDS (mas com um pé no PDT), também pensa assim:
_ O Horácio é um tipo simpático. Meu amigo. Mas ele sabe que não terá meu voto para presidir a Câmara.
Ao contrário do que fez há 2 anos, quando viajou para a Europa, na época da eleição da mesa diretora da Câmara, Rafael adiou para abril sua anunciada viagem ao Exterior, desta vez incluindo Jerusalém.
_ Afinal, meu voto conta muito!
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Horácio Rodrigues, vereador de grande vivacidade, uma das mais felpudas raposas políticas municipais, continua em campanha para substituir a Moacir Tosin na presidência do Legislativo Municipal. Um cargo particularmente importante, porque, com as eleições municipais, o presidente do Legislativo irá ocupar a Prefeitura durante mais de seis meses, já que é certa a descompatibilização de Maurício Fruet, para disputar uma eleição pelo voto direto, como candidato do PMDB.
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Marlene Zanin, estudante de agronomia (4º ano), vem conciliando uma ativa vida política com as obrigações universitárias e confessa-se ainda surpresa pelo lodaçal que caracteriza os bastidores da política municipal. Sábado passado, enquanto enfrentava o calor do meio-dia saboreando alguns chopes bem gelados, dizia:
_ Em princípios de 1983, quando da primeira eleição para a Câmara, cheguei a ficar doente, devido às brigas para a escolha da mesa diretora. Tive até problemas de urticária. Mas estou aprendendo as regras do jogo e desta vez vou brigar ainda mais e melhor.
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