Hitler e nazismo em jornais brasileiros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de outubro de 1983
Professor de História, com vários livros publicados sobre Hitler e a II Guerra Mundial, diretor do Instituto de História da Universidade de Stutgart, Eberhard Jackel estará hoje (16 horas, anfiteado do edifício Dom Pedro I,) amanhã falando sobre << A Tomada do Poder por Hitler >> e << A declaração de guerra da Alemanha aos Estados Unidos >>,[respectivamente, Motivada pela vinda ao Brasil do professor Jackel, o Goether Institut, do Rio de Janeiro, editou uma interessante pesquisa sobre << A imprensa brasileira ante o fascismo - a tomada do poder na Alemanha >> (108 páginas, distribuição gratuita). Cinco pesquisadores - Maria da Conceição Pinto de Góes, Lincoln de Abreu Penna, Atila Roque, Carlos Fico e Andréa Victor -, se detiveram em coleções de jornais brasileiros, durante o ano de 1983, examinando como foi a cobertura dada pela imprensa brasileira a chegada ao poder do fascismo e nazismo, há 50 anos passados. A equipe trabalhou sobre periódicos brasileiros dos anos de 1933/34, abrangendo quatro capitais do Brasil, mas se detendo, especialmente, no Rio de Janeiro. Lamentavelmente, não houve qualquer consulta aos jornais editados no Paraná, o que teria engrandecido esta pesquisa, já que pela formação étnica de Curitiba, com uma imensa colônia alemã, o avanço dos sociais-democratas e Hitler ao poder, nos anos 30, foi durante muito tempo saudado com entusiasmo pelos jornais paranaenses.
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A pesquisa se baseou nos jornais << Diário de Notícias>., << Jornal do Brasil >>, << Correio da Manhã >> e << Gazeta de Notícias>., do Rio de Janeiro; << Jornal do Comércio >>, de Recife; << Correio do Povo >>, de Porto Alegre; << Diário de Pernambuco >>, de Recife. Foram pesquisados também coleções das revistas << Caretas >> e << O Cruzeiro >>. A restrição a apenas publicações é justificada pelos autores: << Procuramos os jornais de grande circulação, cuja periodicidade regular nos garantisse obter as informações necessárias para que pudessemos ter uma visão aproximada das repercussões provocadas no Brasil da ascensão dos regimes fascistas. A impossibilidade de estendermos a consulta a outras fontes de imprensa conduziu-nos à convicção segundo a qual esta pesquisa nos forneceria uma amostragem onde fosse possível extrair conclusões que, seguramente, nos permitissem alcançar os objetivos propostos >>.
Para entender os reflexos no Brasil do nazismo e da ascensão de Hitler, é fundamental conhecer << A guerra secreta de Hitler no Brasil >> do brazialianista Stanley Hilton, que numa segunda edição, revista e ampliada, a Nova Fronteira inclui na coleção << Brasil - Século 20 >> e colocou há poucas semanas nas livrarias. << A guerra secreta de Hitler no Brasil >> - que tem o substitulo de << A espionagem alemã e a contra-espionagem aliada no Brasil, 1939-1945 >> - é uma versão revista e ampliada de << Suástica sobre o Brasil >>, publicado pela mesmo Nova Fronteira, em 1977. Este livro é a primeira tentativa de descrever as atividades do Abwehr ( a palavra significa <,defesa>. ou << resistência >>; como era chamado o Departamento do Exterior do Alto Comando das Forças Armadas da Alemanha) no Brasil entre 1939-45. Hilton procura identificar os vários agentes alemães e seus colaboradores no País, comenta a organização da << quinta coluna >>, relata como se obtinham e comunicavam à Alemanha informações sobre questões militares políticas e econômicas. a narrativa, organizada cronologicamente, sobre também a entrada dos Estados Unidos nas operações de espionagem e contra-espionagem no Brasil, o colapso dos principais elementos da organização do Abwerhr depois de março de 1942 e a sorte posterior dos remanescentes daquele aparato.
Uma das fontes básicas para a feitura de << A guerra secreta de Hitler no Brasil >> foi o arquivo do antigo Tribunal de Segurança Nacional, e recentemente a liberação de importantes documentos dos arquivos secretos norte-americanos. Assim este livro é original e pioneiro, já que os trabalhos de Lasilau Farago e David Kahn apenas documentam as operações do Abwehr na Europa e nos Estados Unidos.
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Apesar de transcorridos quase 40 anos do final da II Guerra Mundial, as feridas ainda não estão totalmente cicatrizadas e os poucos esforços feitos para estudar a presença da chamada <,quinta coluna >> e de focos nazistas no Paraná e, especialmente, Santa catarina, tiveram muitos obstáculos. Coube a um norte-americano, Stanley Hilton, levantar alguns pontos de uma história que ainda tem muito a ser contata. altamente significativo que seja o Instituto Goether, que patrocine agora, nesta semana, a vinda do professor eberhard Jackel a Curitiba para falar sobre Hitler e a declaração de guerra da Alemanha aos Estados Unidos.
COERÊNCIA e garra - duas virtudes que fazem com que as Nymphas atinjam hoje um bom nível artístico e possam se orgulhar de formarem o único grupo vocal de bom nível em nosso Estado.
As inúmeras substituições que o grupo tem sofrido desde sua formação, há seis anos, não retiraram a disciplina e vontade de encontrar um espaço no meio musical. Neste fim-de-semana (21 a 23, auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, 21 horas), As Numphas apresentam seu novo espetáculo - << Tons e Batons >>, com músicas novas e antigas, demoradamente ensaiadas. Um grupo organizado e admirável, que graças a liderança de Mora Fontoura, compositora também da maioria das canções do grupo, merece o espaço que ocupa. Na temporada que fará no Guaíra, as Nymphas serão acompanhadas por 7 instrumentistas: Beto Dias (guitarra), viola e cavaquinho), Marcos Macedo (violão) , Rolando Creco (bateria/percussão), Luiz Renato Bigarelli (baixo), Cesar Reis (teclados), Huléa Ferraz (flauta) e Jamus Fressato (sax alto/clarinete).
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