Homenagem a Clara guerreira
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1990
Desde que assumiu funções executivas na EMI/Odeon o experiente Francisco Rodrigues, ex-CBS, está mostrando a sua competência. Tanto na área de comunicação como na produção, o estimado Chiquinho sabe fazer um bom trabalho e assim, dentro de uma gravadora que dispõe de um acervo tão grande, além de importantes representações internacionais, pode fazer pelas produções. Por exemplo, é de sua responsabilidade a seleção do repertório de "O Canto da Guerreira", dois volumes dedicados a inesquecível Clara Nunes (Paraopeba, MG, 12/08/1943 - Rio de Janeiro, 02/04/1983), cuja voz e brasilidade tanta falta faz em nossa música.
Além do bom gosto da seleção - com as faixas mais representativas dos anos em que foi contratada da Odeon, o álbum é enriquecido com detalhadas notas de contracapa, entregues a competência da jornalista Diana Aragão. Uma preocupação que, infelizmente, inexiste em outras reedições (especialmente as da Continental) feitas sem qualquer critério, misturando gravações e confundindo os colecionadores.
Em termos de reedição, "O Canto da Guerreira" é um trabalho exemplar e neste segundo volume temos Clara, no auge de sua forma, interpretando grandes sambas como "Alvorecer" (Delcio Carvalho / Ivone Lara), "Jogo de Angola" (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro); "Viola de Penedo" (Luís Bandeira), "Banho de Manjericão" (João Nogueira / P. C. Pinheiro), "Basta um Dia" (Chico Buarque), "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira / Nei Lopes), "Minha Festa" (Nelson Cavaquinho / Guilherme de Brito), "Serrinha (Mauro Duarte / P. C. Pinheiro) e "Na Linha do Mar" (Paulinho da Viola).
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