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Aramis

Inéditos do Banestado

A primeira vernissage de 1986 aconteceu no Dia dos Reis - 6 de janeiro, na galeria de Arte Poupança Banestado: o II Salão Banestado de Artistas Inéditos. Uma mostra do talento dos funcionários (e alguns clientes) do banco oficial, que, pela primeira vez, se reúnem numa mostra que vem crescendo de ano para ano. xxx O Salão Banestado de Artistas Inéditos foi idealizado pelo advogado e colecionador Francisco Souto Netto. Assessor da diretoria de Crédito Rural, Souto Netto levou esta idéia ao sr. Octacílio Ribeiro da Silva, diretor daquela carteira que, mostrando sensibilidade, defendeu sua realização. Modesto na primeira edição, o salão cresceu em 1985 e atinge agora, em sua terceira etapa, um bom nível. A comissão julgadora, formada pelos artistas Ennio Marques Ferreira, Álvaro Borges e Osmar Chromiec - enalteceram o nível dos trabalhos inscritos. Dos dois salões anteriores já surgiram alguns pintores que começam a buscar caminhos profissionais.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
13
10/01/1986

Gostaria de saber quando acontece o próximo salão banestado para artistas inéditos. Por favor me passem maiores informações.

Grata
Cirlei

Prezada Cirlei. Meu nome é Francisco Souto Neto. Casualmente encontrei sua mensagem acima, datada de 12 de abril de 2010, e gostaria de informar-lhe o seguinte: Como pode observar na nota do saudoso Aramis Millarch, em 1986 (há quase um quarto de século!) realizava-se o III Salão Banestado de Artistas Inéditos, criado por mim, que na época era Assessor da diretoria do Banco do Estado do Paraná, o Banestado, e também por um colega de trabalho, Tadeu Petrin. Conduzi referido evento até 1991, quando me aposentei. Durante vários anos, o Salão Banestado assumiu o espaço do Salão dos Novos (da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná), quando este esteve em recesso. O Salão Banestado revelou gerações de artistas plásticos do Paraná e do Brasil, porque abrangia todos os Estados Federativos onde o banco oficial paranaense mantinha agências. Minha aposentadoria, porém, não representou a interrupção do Salão Banestado de Artistas Inéditos, que continuou a existir através das pessoas que me sucederam na Assessoria para Assuntos de Cultura do Banestado. E assim aconteceu até que, infelizmente, o Banestado quebrou durante o Governo Jaime Lerner, mergulhado na corrupção e roubalheira que envolveu alguns diretores e muitos altos funcionários daquela instituição. O Banestado foi arrematado pelo Banco Itaú no dia 10 de outubro de 2000, data em que, simbolicamente, todo o Paraná cobriu-se de luto. E, obviamente, foi o fim do Salão Banestado, que tantos benefícios trouxe às artes plásticas e aos artistas do nosso país. Agradeço, uma vez mais, ao Tabloide Digital, que mantém viva a História contemporânea do Paraná através da máquina datilográfica, sempre incansável, do nosso querido Aramis.

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