Banestado não quer os clientes pobres
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de julho de 1986
O Banco do Estado do Paraná está em campanha para reduzir o número de clientes. Pelo menos é o que se deduz pela forma grosseira, antipática e, especialmente, desatenciosa que o outrora eficiente banco vem tratando os clientes que não possuem crédito especial.
xxx
Por exemplo, o Banestado deixou de fornecer o extrato das contas gratuitamente. Tudo bem, entende-se tal medida de economia. Mas também não precisava explorar, cobrando Cz$ 4,00 por consulta e, o que é pior, obrigando-os a ficarem em fila para obter esta informação.
xxx
Na agência Comendador Araújo, do Banestado, preenchimento da taxa guia GR-5, para pagamento da taxa rodoviária unificada, custa Cz$ 10,00 de cada cliente. O curioso é que a cobrança é feita diretamente pelo funcionário que atende o interessado, sem qualquer comprovante de recolhimento destas taxas - por si só já absurda, já que a guia TRU deveria ser preenchida gratuitamente.
xxx
Cortesia e amabilidade são palavras que desapareceram no dicionário de gerentes e funcionários do Banestado. Alegando "ordens superiores", tratam os pequenos clientes com desatenção, humilhando-os muitas vezes. Considerando que o pagamento de milhares de humildes funcionários públicos é feito através do banco oficial - impossibilitando assim estes de cerrarem suas contas - é de se imaginar se o setor de relações humanas, marketing e relações públicas do Banestado está consciente da irritação que a "nova filosofia após a reforma econômica" está trazendo a milhões de pessoas.
xxx
Quem está gostando da forma com que o Banestado vem "trabalhando" são os bancos concorrentes. Afinal, educação e amabilidade podem existir mesmo com medidas de economia.
Enviar novo comentário