Livro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de fevereiro de 1974
A Editora Brasiliense, agora sob administração do filho de seu fundador, Caio Graco Prado, está reeditando as obras de Eça de Queiroz (1845-1900), um dos mais famosos escritores portugueses. Filho ilegítimo do casal que mais tarde contraiu núpcias, Eça passou a infância e adolescência afastado do lar paterno. Formou-se em direito em Coimbra, época em que começou a participar de manifestações literárias como as "Conferências Democráticas" do Cassino de Lisboa. Dirigiu o jornal "Distrito de Evora" (1967) e dois anos depois assistiu a inauguração do Canal de Suez. Viajou pelo Oriente ao entrar para o serviço diplomático. Cônsul em Cuba (1873), na Inglaterra (1874-1878) e finalmente em Paris, ambição de toda sua vida, onde viria a morrer, no início do século. Sua obra de mocidade, coligida postumamente sob o título "Prosas Bárbaras" (1905) indicam um temperamento romântico. Seu primeiro autêntico ensaio de efabulação é o conto "Singularidade de uma Rapariga Loira" (1874). Em 1870, "O Mistério da Estrada de Sintra". Com o mesmo amigo lançou o mensário "As Farpas", onde Eça, fez crítica social, usando uma linguagem humorística. Prefere, ao Cassino, uma conferência sobre o realismo como novo estilo de arte; o primeiro fruto desses conceitos é o romance "O Crime do Padre Amaro" (1875). A crítica social unida à análise psicológica prossegue em "O Primo Basílio" (1878) - agora editada pela Brasiliense e termina com "Os Maias" (1888), panorama da sociedade portuguesa da época. Todas suas obras estão sendo publicadas pela Brasiliense em edições simples mas de bom acabamento (impressas em Curitiba na Grafipar) divulgando assim os grandes textos do romantismo português. "O Primo Basílio", 331 páginas, capa de Cláudio Luiz Leone, 1973.
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