Livro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de março de 1974
Todas as tentativas de vitalizar a publicação de livros sobre cinema no Brasil não tem sido bem sucedida. Durante os anos 40-50pode-se contar nos dedos os livros que aparecem em nosso país tendo o cinema, em qualquer dos seus aspectos , como tema. Na década de 60, algumas experiências mais solidas foram feitas - a Itatiaia, em Belo Horizonte, a Civilização Brasileira com sua Biblioteca Básica de Cinema, orientada pelo critico Alex Viany , a José Oliympio editando a << Historia de Minha Vida >> de Charles Chaplin, a Martins com << a Historia do Cinema Mundial >> de Georges Sadoul e, mais recentemente, a Perspectiva com al gus volumes em sua coleção << Debate >> entre outros títulos de maior importância. Entretanto isto é muito pouco, quase nada, considerando-se a quantidade de livros que são lançados mensalmente nos EUA e Europa, sobre os mais variados aspectos da sétima arte. Ao aficionado do cinema é simplesmente angustiante entrar numa livraria de Nova Iorque, Paris ou Londres e tentar selecionar dois ou três títulos, tanto são as opções. A onda de nostalgia e o recrusdecimento em torno do mito Marilynm, provocado pelo ambicioso livro de Norman Mafler - no Brasil lançado em edição popular pela Civilização Brasileira - incentivou Álvaro Pacheco a criar Artenova a Coleção << O Cinema Eterno e Seus Ídolos >> que inicia com o estudo de Joan Mellen sobre Marilyn Monroe (1923-1962). Na bibliografia monroeneana, na qual se contam já mais de 10 biografias - desde a que ela narrou ao jornalista George Carpozi Jr. (<< A Vida de Marilyn Monroe >>, tradução de Evanry Gurgel, edição brasileira de << o Cruzeiro >>, novembro/62) a investigação quase detivesca de Mailer, as mais diversas interpretações te sido dadas a << sex symbol >> dos anos 50 hoje curtida com entusiasmo pelas novas gerações que esperam, ansiosamente, que a 20th Century Fox se decida a relançar seus filmes mais marcantes realizados no doutorados anos 50. Em << Marilyn Monroe >>, Joan Meller procurou estudar os diferentes personagens interpretados por Marylin, pois como diz no prefácio << des anos após a sua morte (n.r.. o livro é de 72) , amulher Marilyn Monroe continua sendo uma incógnita para todos nós. Seus filmes e sua vida se confundiram sempre porque os produtores de Hollywood fizeram-na acreditar que vivia um drama real na maioria dos seus filmes, onde era apresentada como simbolo sexual e favorita da América. No final de << The Seven Year Itch >> (O Pecado Mora ao Lado, de Billy Wil der) Tom Ewell explica a um amigo a presença da loura na sua cozinha dizendo"<< Talvez seja Marilyn Monroe >>. No filme ela era chamada << A Moça >> pois figurava apenas como a fantasia vira de um senhor neurótico, de meia-idade com a mulher em férias no campo e possuidor de uma verdadeira << coceira >> (itch) pela sensualidade >>. Álvaro Pacheco não poderia deixar de escolher um tema mais interessante para inaugurar esta nova coleção da Artenova. Agora só resta separar que a promessa se cumpra e tenha continuidade, pois o que não falta são títulos interessantes e que hoje já tem um mercado para absorve-lo.
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