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Aramis

Muitos filmes e poucos troféus para os curtas

Se o júri de longas dispunha de 9 troféus para premiações (aos quais foram acrescentados mais três) para distribuir entre os cinco filmes merecedores da mínima atração ("Fugindo do Passado" e "Atração Satânica" são tão medíocres que nem mereceram consideração), Hugo, Cortiano e Zonari, como jurados dos curtas e médias dispunham de apenas 4 premiações para cerca de 70 produções inscritas. Portanto, uma tarefa bem mais difícil de ser executada com justiça. Compensando o amadorismo e precariedade de grande parte dos trabalhos inscritos (especialmente em 16mm), entre os curtas e médias 25mm, há trabalhos excelentes - numa tendência que vem se notando cada vez mais nos últimos festivais, nos quais já se diz: "Os curta-metragistas estão dando de dez a um dos realizadores de longas". Após quase 20 horas de projeção dos concorrentes, o júri definiu "Dov é Meneghetti?", do paulista Beto Brant (e que, tem Toni Lopes, o ator exclusivo das campanhas televisivas do Bamerindus, como um dos principais intérpretes) como melhor curta - referendando, assim, premiação que este mesmo filme, sobre o famoso ladrão Meneghetti, havia obtido no último festival de Gramado. Como melhor diretor na categoria, o premiado foi outro paulista, Cecílio Neto, pelo também delicioso "Três Moedas na Fonte". Como havia muitos outros trabalhos de nível, a opção foi atribuir cinco menções honrosas: o desenho "O Reino Azul", dos gaúchos Otto Guerra, José Maia, Lancast Mota e Eloar Guazelli; "Caramujo Flor" do mato-grossense Joel Pizzini; "Trancado" (por dentro), do carioca Arthur Fontes e "Um Cotidiano Perdido no Tempo", do cearense Nirto Venâncio. Entre os médias, "Memórias de um Anormal", foi premiado duplamente: melhor filme e direção (Inácio Zatz Ricardo Dias), mas houve um prêmio especial para "A Garota das Telas", de Cao Hamburger (já conhecido dos curitibanos, pois durante 2 meses foi reprisado em todas as salas da Fucucu). Outro prêmio especial foi para o paulista Adilson Ruiz por "Carlota/Amorosidade".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
03/10/1989

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