MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de março de 1973
Na música, como na natureza tudo muda, tudo se transforma, nada se perde. Raros os grupos vocais-instrumentais que se mantém juntos mais do que um ou dois anos: o sucesso sobe a cabeça de cada um dos integrantes, o aceno do êxito individual provoca evasões e em pouco tempo o grupo já era. Há exceções louváveis: o Modern Jazz Quartet há mais de 20 anos, com apenas duas ou três substituições, mas no mesmo espírito; o Zimbo Trio, no Brasil, com Hamilton (piano), Rubinho (bateria) e Luiz Chaves (contrabaixo) unidos há 10 anos, fazendo música do melhor nível. O Blood, Sweat & Tears era até há pouco, o mais importante grupo vocal instrumental dos EUA: dosando o jazz, o clássico e o pop/rock, o grupo fez 3 lps antológicos - indispensáveis a qualquer pessoa que se proponha a estudar o som dos anos 60. Mas um dos líderes do grupo tentou uma (frustrada) carreira como solista - David Clayton-Thomas e seus companheiros tiveram que reestruturar o conjunto, que mostra sua nova formação em "New Blood" (CBS, 137791): o mesmo vigor e criatividade, embora menos sofisticação & pretensão do que nos discos anteriores. Seus 12 integrantes solando instrumentos diferentes, valorizam temas como "Down In The Flood" de Bob Duylan, "Show Queen" (Carole King/Gerry Goffin) ou "Maiden Voyage"(Herble Hancock), ou apresentam temas próprios de Lou Marini Jr. (foto) ("Alone"), Dave Bargeron ("Over The Hill"). Um disco para ser ouvido com calma, sem preconceitos e, principalmente, sem comparações com o antigo BST.
Enviar novo comentário