No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de dezembro de 1986
Dono de um imenso patrimônio imobiliário, representado por dezenas de edifícios comerciais e residenciais, Max Stoltz Neves, 44 anos, acabou também sentindo os efeitos do Plano Cruzado. Declarando-se hoje apenas um "milionário congelado", Stoltz modificou seus projetos e ao mesmo tempo que fechou sua galeria de arte em Florianópolis e colocou sua hollywoodiana mansão naquela cidade para ser alugada - a Cz$ 10 mil por dia - se voltou a dinamizar suas atividades em Curitiba.
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Assim, ao mesmo tempo que a Max Stoltz Galerie, na Rua do Herval, 145, passa a ter uma programação apenas com artistas de primeiro nível, na galeria do edifício Alfredo Stolz, abriu a "En papier", destinada a desenhos, aquarelas, gravuras etc com preços mais acessíveis. Na galeria, Max conseguiu fazer o lançamento das novas serigrafias de Iberê Camargo, ao preço de Cz$ 6.100,00 a unidade. Para este lançamento, Max teve que investir quase Cz$ 1 milhão em quatro óleos do pintor gaúcho, que estão à venda: um quadro de 1,60 por 90 centímetros, a Cz$ 25 mil e dois um pouco maiores a Cz$ 75 mil cada. O difícil, entretanto não foi o investimento, "pois este retorna" diz Max. O difícil foi agüentar o mau humor e irritação de Iberê, um artista temperamental, neurótico, que ficou hospedado na casa de Max mas se recusou a comparecer à vernissage. "É muito chato", alegou.
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Max Stolz vai transformar o edifício Alfredo Stolz num shopping center, única forma de equilibrar os aluguéis congelados.
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Jair Mendes, diretor do Museu Guido Viaro, satisfeito: além de sua vernissage ter sido das mais prestigiadas na semana passada, os quadros que expõe na Galeria Banestado estão tendo grande procura.
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Aliás, comprar quadros, gravuras e desenhos para presentes de fim de ano tornou-se uma opção prática e que está ajudando as contas bancárias de nossos artistas.
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Oldemar Justus, double de executivo e poeta - além de bom compositor e exímio acordeonista, lançando, o seu livro de poemas "Um Novo Canto", na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre.
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Um encontro nostálgico no sábado, 13, em Paranaguá: os sobreviventes da turma de ginasianos de 1945, do Ginásio José Bonifácio, ali se encontraram entre muitas lembranças da adolescência. Da turma, faziam parte Dario Lopes dos Santos, engenheiro, que ocupou inúmeros cargos no Estado e na Prefeitura de Curitiba até se aposentar há 4 anos; Vidal Vanhoni, que chegou a secretário de Educação; Nelson de Freitas Barbosa, que foi prefeito de Paranaguá; Nelson Buffara, deputado estadual reeleito mais uma vez; Cirene dos Santos, atual diretor do Porto de Paranaguá; o delegado Nelson Vernalha; a pianista Henriqueta Penido Monteiro Duarte Garcez e Regina de Sá Cardoso.
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Mais um volume para ampliar a bibliografia ecológica: "Ecologia Política" de Gert Schinke (Tchê Editora, 191 páginas, Cz$ 95,00), uma espécie de manifesto ecológico, escrito sob a ótica marxista denuncia as medidas ditas ecológicas, tomadas na sociedade capitalista como meros paliativos, "sem nenhuma possibilidade de resolver verdadeiramente os críticos problemas ambientais criados por essa mesma sociedade".
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Sem meias verdades, o autor demistifica ainda o mito da produtividade da chamada agricultura moderna, mecanizada e largamente consumidora de agrotóxicos: "Por sua própria essência, e mais ainda da maneira como vêm sendo praticadas entre nós, os métodos agrícolas modernos são métodos imediatistas que significam produtividade imediata e momentânea às custas da produtividade futura pois ao promoverem a monocultura minam as defesas naturais do meio ambiente, tornando-o vulnerável às pragas". Gert Schinke é fundador do PT e, no início deste ano, participou da colheita de café da Nicarágua.
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Edson Bueno, ator, diretor e dramaturgo - sua adaptação de "A Sedução", inspirada em conto de Oscar Wilde voltou a ser encenada no Sesc da Esquina, despedindo-se de Curitiba. A convite de Marília Andrade e Luís Burnier vai integrar equipe do recém-instalado Laboratório Movimento e Expressão Teatral na Unicamp, em Campinas.
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Edson Bueno era Também o coordenador da Gibiteca na Galeria Schaffer, onde realizou boas mostras. Formado pelo Curso Permanente de Teatro da FTG já tem 5 textos - três dos quais encenados - e muitos projetos. Mais um talento da cidade que emigra em busca de melhores oportunidades.
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Muita gente se queixando da falta de infra-estrutura do Sesc da Esquina. Rita Pavão, coreógrafa e bailarina, chegou às lágrimas na semana passada: apesar do bom público teve aborrecimentos e acumulou prejuízos. Falta pessoal técnico e agilidade para aquele teatro.
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Chico Nogueira, ator e diretor, que fez o primeiro espetáculo ali apresentado há mais de um ano, também tem queixas sérias, como Dora Paula Soares, do Studio D, esta, inclusive, com acusações mais profundas.
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De nada adianta existir uma sala de espetáculos sem boa infra-estrutura: iluminação, pessoal de administração, sonoplastas, técnicos de som etc. A época do amadorismo e da improvisação tem que acabar!
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O Teatro do Sesi, inaugurado há 13 anos, nem funciona por falta de equipe humana e equipamento técnico. É contraditório: existem boas salas na cidade que ficam ociosas pela falta de estrutura. Ou seja; investe-se nos imóveis e não se quer gastar com os recursos humanos.
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Passou despercebida a premiação teatral oficializada pelo Guaíra. O júri buscou acertar foi criterioso mas a repercussão foi mínima. Assim também reduzido para a Cremer S/A, agradou tanto que Creso de Moraes, da Enfoque - que cuidou de sua distribuição - teve que solicitar reforço para atender muitos pedidos. Em lâminas coloridas, com desenhos a lápis de cor e aquarela do artista Wanderley Bosque de Caldas, o calendário mostra seis construções típicas e muito conhecidas de Blumenau: Museu da Família Colonial, Casa Husadel, Casa Amarela, Casa 51 da Rua Herman Hering, casa da Rua Hermann Tribess e Casa Peiter. São prédios do final do século passado e das primeiras duas décadas deste.
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Na Casa da Criação, uma coletiva de Natal com trabalhos de vários artistas da terra. Além de uma sala especial - proposta "Jóia Brasileira", com trabalhos de Juvenal Ribas, Gilberto Rosenmann, Cácia, Dorwin, Cesar Maranho, Nilza Procopiak e Clarice Inakilevich.
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