No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de outubro de 1989
Uma prova de que já conquistou a simpatia dos círculos culturais da cidade, a professora Birgite Muhlaus, nova diretora do Goethe Institut, recebeu centenas de convidados na semana passada, apresentando seus projetos para intensificar cada vez mais as atividades do Instituto Cultural-Brasileiro-Germânico no Paraná. Graças a generosidade desta instituição é que muitas entidades locais - como a Fundação Cultural - apresentam ao final de cada ano extensos relatórios de atividades. Afinal, o Goethe atua em várias áreas e sempre divide suas promoções com entidades locais.
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Birgite Muhlaus, que por 7 anos dirigiu o Goethe em Buenos Aires, substituiu a professora Hedrun Bruckner. Que tirou férias do instituto e encontra-se em São Paulo.
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Uma nova cantora começa a ser cultuada em São Paulo: Bettina Korall. Por enquanto ainda desconhecida fora da noite paulista, teve uma espécie de apresentação no bar Vou Vivendo (Avenida Pedroso de Moraes, 1.1017, Pinheiros, SP) num show dirigido e com arranjos de Marcus Rocha, no último fim de semana.
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E falando em noite, na Mateus Leme concentrando-se bares com música ao vivo. Um novo endereço é o do Bahara's, com música ao vivo.
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Não basta ter talento. É preciso criar uma projeção nacional e abrir espaço no cada vez mais competitivo mercado de artes plásticas. Carlos Eduardo Zimmermann, 37 anos, trocou a profissão de médico pela de pintor e há 14 anos vem escalando os mais sofisticados ambientes plásticos do Brasil - e ensaiando incursões ao Exterior (New York, London) a exemplo de seu amigo Juarez Machado.
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Embora sem deixar Curitiba e sua hollywoodiana mansão às margens do lago Barigüi - onde, em recolhimento zen, produz trabalhos admiráveis - Zimmermann vem expondo nacionalmente. Agora, 26 de outubro, abre uma nova individual na galeria Documenta (Rua Padre João Manoel, 811, São Paulo).
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Zimmermann leva seus óleos em formas não convencionais - oblíquas, arredondadas, painéis - que com títulos em inglês ("My Ever Changing Moods", "The Trial", "Uh-Oh, Love Comes to Town" etc.) tem um público alvo muito bem definido. O catálogo, um micro-livro de arte, tem apresentação de um dos maiores amigos (e admiradores) de Zimmermann: Olívio Tavares de Araújo, que, no encerramento de seu texto diz que o artista curitibano "é um clássico por índole. E isso reponta em sua atual exposição, nova mas coerente, tanto de um quadro para outro, quanto do conjunto de hoje para o de sempre".
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Aline Medeiros movimentando como sempre a sua livraria Ipê-Amarelo: quem ali está expondo é Leandro Vitto, com uma mostra intitulada "Estudos".
LEGENDA FOTO - Zimmermann: espaços nacionais.
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