No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de janeiro de 1989
Se durante quase meio século foi imposta ao telespectador a condição de agente passivo no contexto da comunicação eletrônica, com o advento das novas tecnologias este quadro se reverteu : a TV a cabo, via satélite, videotexto e, especialmente, o videocassete, permitem a audiência não só um largo espectro de opções como a interação efetiva com o veículo, estabelecendo uma relação bidirecional. E o primeiro livro a estudar "Uma Nova Ordem Audiovisual / Novas Tecnologias de Comunicação", é do professor Cândido José Mendes de Almeida (volume 30 da coleção "Novas Buscas em Comunicação", 112 páginas, preço de lançamento Cz$ 2.260,00, Summus Editorial)
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José Paulo Paes residiu muitos anos em Curitiba na década de 50. Praticamente foi aqui que começou sua carreira literária - hoje respeitado como poeta e tradutor. Radicado em São Paulo há anos, Paes foi quem fez a seleção e tradução de "Poemas", de Paul Éluard, que a editora Guanabara acaba de lançar, numa edição primorosa (236 páginas, capa de Picasso). Uma oportunidade de se (re)ler o poeta francês que exerceu sobre Manuel Bandeira (que o conheceu em 1914, no sanatório suíço de Clavadel) uma influência muito especial. Traduzida de maneira elegante, a seleção de poemas de Paul Éluard impressiona pela modernidade de sua linguagem, sua visão do mundo e pela forma peculiar de transmutar a vida em arte.
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Outro lançamento para quem gosta de poesia de qualidade: "Pedra de Sol", de Octávio Paz (45 páginas, editora Guanabara, tradução de Horácio Costa). Poema de amor, diálogo, com tradição e raízes num "exercício espiritual" mas que é também "atividade revolucionária e experiência histórica".
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A Companhia das Letras continua a trazer autores importantes, contemporâneos e que permaneciam inéditos em português. É o caso de Jurek Becker, 5l anos, polonês de Lodz, autor de "Jakob, o Mentiroso", que o editor Luiz Schwartz define como "uma peça de poesia", e que na Alemanha foi tido como uma das melhores obras já concebidas sobre a era do terror fascista e um dos melhores livros escritos nos últimos dez anos. Já foi levado ao cinema na RDA (inédito, naturalmente no Brasil) e agora chega ao Brasil em tradução de Reinaldo Guarany
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