O craque-músico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de novembro de 1975
Cada vez mais aparecem exemplos de que o jogador de futebol não é, necessariamente, inculto e sem outras perspectivas a não ser a agilidade em campo. Uma das revelações do glorioso Clube Atlético Paranaense, Carlos Ernesto, 22 anos, está na categoria de craques que não dispensam os estudos universitários e a boa formação cultural.
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Filho de um dos clarinetistas da Orquestra Sinfônica da UFP, o ponta-esquerda do Atlético é pianista, tendo começado a estudar o instrumento aos 9 anos de idade. Admirador de Villa Lobos, mas não desprezando o popular - em especial Ivan Lins, Carlos Ernesto já ensaia também vôos em composição - embora, atualmente, a sorte lhe sorria no gramado verde. Mas que, como o Amor, não é eterno - e deve ser intenso, apenas enquanto dure os dias de gols e de glórias.
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Depois, ao menos uma profissão, segura, o jovem craque, já tem assegurada: a de músico. Só que esta, no Brasil, de muito menos renda - e glórias - do que o futebol.
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