O Som da Copa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de junho de 1974
Apesar de todo entusiasmo do brasileiro pelo futebol, em termos musicais (como na literatura ou no cinema), são poucos os exemplos representativos de canções inspiradas no esporte das multidões. Uma fonografia básica não passa de tímidos 20 ou 30 títulos, apesar da aceitação popular pelas gravações que falam dos ídolos do gramado. Agora, a exemplo do que ocorreu em 1970 e, anteriormente, 1966, surgem algumas gravações - compactos ou lps - reunindo músicas relacionadas ao futebol, procurando motivar sonoramente a torcida brasileira que acompanha, nervosa, o nosso selecionado na Alemanha. A RGE editou um compacto duplo ("Brasil Prá Frente"), capaz de vender bastante: com o "Coral do Caneco", o disco abre ufanisticamente com o "Hino Nacional" (Francisco Manuel da Silva/Osório Duque Estrada) e prossegue com "Prá Frente Brasil" (Miguel Gustavo) que foi o hino oficial da Copa-70, "A Taça do Mundo é Nossa" (Maugeri-Dagô-Lauro) - que surgiu em 1962, quando da segunda vitória do Brasil, "Brasil... Corrente Prá Frente" (D. Paulo-Antônio Carlos-Tânio Jairo) e "Essa Também É Nossa" (D. Paulo/A. Pereira/Antônio Carlos).
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Com a motivação do Campeonato Mundial de Futebol, a rádio Iguaçu, graças ao bom gosto de Euclides Cardoso, passa também a programar outras músicas que falam de futebol, entre elas "Beto Bom de Bola" que Sérgio Ricardo apresentou no III Festival de Música Popular da TV-Record, em 1967, e que por não ser entendida pelo público, justificou uma viril reação do compositor: quebrou o violão e foi para casa. O que provocou uma das mais sensacionais manchetes da "Luta Democrática", na Guanabara: "VIOLADA NO AUDITÓRIO".
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