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Aramis

Observatório

Ao contrário da Volvo S/A, Delden-Grenau e outras empresa que, anos antes de iniciarem suas operações comerciais na Cidade-Industrial de Curitiba, desencadearam boa campanha de marketing, relações públicas e mesmo publicidade de seus produtos, a Sony está mantendo um sintomático silêncio em torno de sua fábrica de vídeo-cassetes, que começaria a colocar no mercado as primeiras unidades dentro de 60 dias. Os executivos brasileiros que foram contratados pela Sony Videobrás Ltda., devem acreditar tanto no interesse do telespectador em ter aparelhos que permita gravar seus programas favoritos que não estão preocupados em criar maior motivação. Com discretas informações, dois executivos - o engenheiro Nelson Oliveira Afonso, chefe da área de marketing e Michael Lewin, da área de pesquisa, anteciparam a revista "Visão", exemplar que está nas bancas, que a meta inicial é a rápida nacionalização dos componentes eletrônicos, que, no início das operações será de 55%, devendo atingir 85% daqui a três anos. "Com vistas à horizontalização do mercado, a Sony efetuou um levantamento das possibilidades dos fabricantes de componentes eletrônicos e cadastrou cerca de 200 firmas. A intenção é prepará-las para o fornecimento de peças para os vídeo-cassetes". Primeira fábrica de vídeo-cassetes da América Latina - e primeira da Sony fora do Japão, o investimento é na ordem de 10 milhões de dólares e o acordo firmado entre a Sony e o Governo brasileiro não permite que outras indústrias entrem no mercado nos próximos três anos. MAURÍCIO EINHORN, 48 anos, com toda razão considerado o melhor executante de harmônica no Brasil - e que mensalmente tem vindo ao Paraná, como membro do júri itinerante da promoção "Todos os Cantos" , teve uma grande alegria há algumas semanas: receber da Austrália, um pacote com cinco exemplares de um álbum duplo gravado pelo violonista Don Burrows, acompanhado pelo The Sidney String Quartet, que incluiu uma de suas composições, "Cloud" (Nuvens), anteriormente já gravado por Julian "Cannonball" Adderley (1928-1977), Burrows esteve no Brasil há algum tempo, entusiasmando-se com a música brasileira e deu tantas canja no Chico's Bar, que acabou compondo um tema com este título. Na Austrália, encontrou a dupla (hoje desfeita) Burnier &, que por ali excursionava, e o resultado foi este álbum, onde muitas outras músicas também Cartier entraram. Como o cinema australiano começa a chegar no Brasil - "Patrick", exibido há pouco tempo no Cinema 1 e "Mad Max", que só domingo, após 3 semanas de boas rendas, deixou o Vitória - acredita-se que também a música poderá ter um intercâmbio. Apesar da distância ... PAULO LEMINSKI está distribuindo xerox de críticas que Carlos Ávila, de Belo Horizonte e Lucia Villares, do mensário "Leia Livros", publicaram a respeito de "80 Poemas" - Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto/ e era quase" (ZAP, 150 páginas, Cr$ 250,00). Transcrevendo alguns dos poemas de Leminski, Villares acentua a sua exploração gráfica e sínteses, "sem exibicionismos, as letras variam de tamanho, de disposição na página". Já Carlos Ávila destaca que o próprio Leminski criou "um original design e todas as sus criações são apresentadas através da escrita de máquina de escrever, fotografada e ampliada, eutourada na página. O visual colabora no impacto dos textos, cursos e incisivos, que se impõem mais assim". Lembrando a estréia de Leminski no panorama nacional "a revista "Invenção", dezembro/64), Ávila salienta que "desde essa época, muita água já rolou, e hoje Leminski detém uma das mais originais dicções poéticas do País. Seu livro é uma visão, em grande angular, da década de 70 até seu desaguar em nossos dias. Sua poesia é engajada na linguagem e na vida. Em geral, os textos de Leminski são rápidos, brilham e desaparecem de maneira fulminante.(...) Poeta materialista - como ele mesmo se definiu, certa vez - Paulo Leminski trabalha palavra como "coisa" a ser manipulada, em todos os níveis, e qual vai encontrar sua solução no texto acabado, em gral, claro e comunicativo. Nada de embanananmentos simióticos que requerem uma bula para decifração, o que não significa alienação desse aspecto da linguagem poética. Ele está presente no "desenho" de seu texto, mas sempre como um fim. Esta a sua resposta, a sua saída para a poesia pós-concretos. Eficiente, a nosso ver, pois preenche as exigências dos dois maiores mestres da poesia deste século: Pound (síntese) e Maikoyski (forma e conteúdo revolucionários). ANUALMENTE a Associação Bibliotecária do Paraná organiza uma série de eventos para comemorar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. E este ano, entre outras promoções, convidou a professora Maria José Theresa de Amorim, PhD em Biblioteconomia em Ciência da Informação, a fazer um curso sobre sua especialidade para as bibliotecárias e estudantes da biblioteconomia
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
9
07/10/1978

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