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Aramis

Os filmes do mercado (II) - Com belos desenhos, os coreanos buscam espaços

Houve época em que o nome de Walt Disney era sinônimo de desenho animado. Afinal, a bem organizada indústria americana impôs durante décadas um estilo de cinema animado que tinha nas criações desenvolvidas pelo pioneiro Walter uma escola de sucesso. Felizmente, hoje há uma diversificação imensa no cinema de animação, que especialmente em alguns países - como Canadá, a Polônia, a Checoslováquia e a União Soviética, cresceu de forma extraordinária. Uma surpresa, porém, é a produção do cinema animado na República Democrática da Coréia, que, pela primeira vez participando do mercado de filmes e vídeo do FestRio trouxe, em tapes, algumas produções, mostradas, com interesse, para muitos compradores. Inclusive olheiros de cadeias de televisão se interessaram pelo material apresentado e não será surpresa se, futuramente, ao menos nas redes independentes, aparecerem desenhos e filmes infantis vindos da Coréia do Norte - lembrada até agora mais pela guerra dos anos 50, do que em seus aspectos culturais. UMA TRADIÇAO ANTIGA - Antes de separar-se em dois países, a Coréia já tinha uma tradição de cinema. Os historiadores colocam o ano de 1908 como o da produção do primeiro filme naquele país. Entre 1921 a 1940 foram produzidos mais de 200 filmes e, em 1940 foi constituída a K.A.P. - Associação de Artistas Proletários Coreanos -, que realizou diversas obras de interesse antes de sua dissolução pelos japoneses. Em 1947, ao reconquistar a liberdade, após a guerra, a produção cinematográfica cresceu: Foram reconstruídos os estúdios de Pyong-Yang, destruídos em bombardeios e os técnicos soviéticas vieram auxiliar na Coréia do Norte a produção de noticiários e documentários, como "Young Partisam", de Kim Ir Sem. Entre 1947/57 foram produzidos 18 filmes, destacando-se filmes como "The Chun-Yan Story", de Khon Fin Sun e Kim Ken Yum e "Moranborg", este dirigido por um francês, Jean-Claude Bonnardot. A The Korea International Film Production Agency preocupa-se hoje em exportar a sua produção - e a participação num dos mais movimentados stands do mercado do FestRio é uma demonstração desta política, que busca também coproduções internacionais. Aberta a vários gêneros, mas concentrando-se especialmente no desenho animado, a The Korea International Film Production Agency teve uma superprodução desenvolvida ao longo de uma ano - o desenho animado de 110 minutos, "Gandahar Contra os Matai Warriors", levada ao último Festival de Cannes, com boa aceitação. Com esta produção como cabeça-de-ponte, os coreanos estão levando a festivais internacionais dezenas de outros filmes de animação e também com atores como "Winged Swift Horse", de Kim Chun Ok, "A Racoon Dog and a Wolf" de Son Jong Gwon e "Umpire Duck", de Hwang Sok Hwal - para só citar três exemplos (e com títulos em inglês, já que no original tornam-se impublicável), que mostram uma técnica bem desenvolvida e recursos de produção, através de estúdios dos mais modernos. Para o público adulto, uma das coproduções mais audaciosas dos coreanos é com a União Soviética - "The Steady Comrades-In-Arms", além do "Order Nº 027", de Chong Gi Mo, reconstituindo um episódio da Segunda Guerra Mundial. Com muita ação - destacando "karatê scenes", conforme frisa o material promocional - este cinema coreano tem chances de, em breve, substituir a produção mais comercial, de Hong Kong, que há anos vem entrando no Brasìl. Entretanto, mais importante é que antes cheguem os seus desenhos animados.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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03/12/1987

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