Os livros de Luiz e Karam
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de agosto de 1985
Dois jornalistas de Curitiba em lançamentos editoriais de fôlego nacional: Luiz Manfredini, 35 anos, autografa, hoje a noite, na Casa Romário Martins, "Albânia - Horizonte Vermelho nos Balcãs" (Alfa Omega, 208 páginas). Já pela Marco Zero, está saindo "Fontes Murmurantes", primeiro romance de Manoel Carlos Karam, ex-secretário de redação de O ESTADO DO PARANÁ e autor de várias peças de teatro e de um livro de poemas.
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Manfredini, que também já fez parte da equipe de O ESTADO DO PARANÁ e hoje é assessor de imprensa da Secretaria da Educação, diz: "Não tenho títulos. Minha passagem pela escola formal foi meteórica e toda minha formação intelectual deu-se com base num teimoso autodidatismo e, como diria Gorki, "na universidade das circunstâncias", digamos nada animadora, dos anos 60".
Aluno do Colégio Militar de Curitiba, época em que chegou a participar de um grêmio literário que se reunia aos sábados, na Biblioteca Pública, Manfredini fazia o curso científico, em 1968, já então no Colégio Hildebrando de Araújo, quando o diretor Stalin Passos, muito discretamente, o avisou que "o Exército andara perguntando por ele". Saiu da classe e nunca mais voltou. "Até hoje".
Sobre sua presença no jornalismo, Manfredini lembra:
- Alguns pendores literários manifestados aos jornais de escola me conduziram ao jornalismo quando as necessidades de sobrevivência apertaram.
Isso foi em 1971 e, de lá para cá, o que tenho feito é escrever nessa dolorosa maratona do dia a dia.
Começou na "Tribuna da Bahia" (em janeiro de 1971), onde curtia um "exílio baiano"; depois veio para Curitiba, aqui se integrando à equipe de O ESTADO DO PARANÁ. Passou por vários sucursais - "O Estado de São Paulo", "Jornal do Brasil", revista "Isto É"e, nos dois últimos anos, está na Secretaria da Educação.
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No início do ano passado, Manfredini foi à Albânia, com recursos próprios. Explica essa opção pouco turística e bem política:
- "Fui à Albânia com o intuito de escrever uma ampla reportagem. Era uma idéia antiga sempre abortada pela falta de recursos e pela eterna negação do passaporte pelas autoridades. Com a anistia, em 1979, e uma economia de alguns anos, consegui viajar".
LEGENDA FOTO - Manfredini: livro sobre a Albânia.
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