Albânia resiste até com a língua
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de maio de 1984
Luis Manfredini 34 anos, jornalista, que retornou de uma viagem de 21 dias pela Albânia, está preparando um livro sobre este fechado Pais comunista. Algumas anotações foram antecipadas nests coluna aqui divulgadas considerando que raramente se tem informações a respeito desta pequena república popular, com uma linha marxista radical ligada à China e não a Moscou, totalmente fechada à imprensa ocidental, Manfredini, no livro que está escrevendo vai expor, com detalhes, uma visão não radical de Albânia " Penso que o público brasileiro deve examinar com objetividade as conquistas deste pais nestes últimos 40 anos, sobretudo no momentoem que vivemos na busca de soluções para evitar a explosão do nosso Pais. A desinfomação sobre a Albânia não serve ao povo brasileiro. Serve, isto, sim às forças internas e externas que desejam nos manter miseráveis, ignorantes, dóceis à dominação internacional, apáticos diante da venda de nossa soberania, da destruição da nossa cultura. O povo brasileironão merece isso".
Em suas andanças por 10 cidades da pequena Albânia, Luis Manfredini se impressionou com a cotidiana luta contra o burocratismo, enfermidade que, segundo os albaneses, acometeu os paises do bloco soviético. " Assim, seguidamente, são realizadas campanhas peal substituição de papeis e procedimentos administrativo. Estimulando o pessoal de adminstração a trocar de função e ocupar tarefas diretamente ligadas à produção. A própria diferença salarial, que é pequena, contribui para evitar a criação de uma casta privilegiada de burocratas bem pagos, que acabam se corrmpendo e ao sistema. Não é facil ingressar no Partido Trabalhista da Albânia e seus menbros não possuem privilégios algum. Os albaneses procuram estimular que não menbros do PTA ocupem cargos de direção, o que evita o privilégio dos militantes dos Partidose dá oportunidade para os não menbros se exercitarem na direção do Pais. Exceto os velhos, os incapacitados os doentes, todos os cidadãos, em determinada medida, participam regularmente na esfera da produção, o que impede a formação do burocrata.
Vi, numa tecelagem, uma faixa: " A Albânia está cercada, mas não está isolada". Isto eles repetem o dia inteiro para o visitante, mostrando a relação de mais de 100 paises com os quais mantém relações, além da participação dos albaneses em cursos, seminarios e conferências no Exterior. Quando aos turistas de fora, são claros e objetivos:
Você não deixaria um inimigo frequentar a sua casa. Pois nós dizemos abertamente que nossas portas estão abertas para os amigos!".
Assim, o turismo do Exterior é feito através das Associações de amizade espalhadas pelo mundo no Brasil, criada em São Paulo, e que em janeiro último levou um grupo de seis brasileiros, incluindo o jornalista Luis Manfredini. Só que não foram com mordomias: pagaram com seus recursos as passagens e custearam as peças no pais. Só houve facilidades burocráticas e um atendimento regional ( veiculos, interpretes etc. )
Os albaneses, desde os tempos dos ilirios, sofreram toda sorte de invasões: dos romanos, dos bizantinos, dos eslavos, dos turcos ( que ali ficaram quase 500 anos ), dos italianos, dos alemães.
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