Os Montanari
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de agosto de 1975
Em termos de mercado fonográfico, os catarinenses estão bem mais prestigiados do que os paranaenses. Mesmo com menos lojas de discos do que em nosso Estado, Santa Catarina tem grupos de música regionalmente prestigiadíssimos por gravadoras de olhos postos naquela faixa de mercado - onde além da música original alemã ter consumo seguro, também há bandinhas e grupos instrumentais, que fundindo a herança germânica com discutíveis (em temos artísticos) arranjos "brasileiros", apresentam, entretanto, produções de ampla comunicação. Além das bandinhas estilo Trems, de São Bento do Sul, terem já uma fonografia respeitável - que por certo auxilia muito a promoção do conjunto para animar os bailes do chope, pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, outro conjunto de muita popularidade do Vale do Itajai é o formado pelos Montanari - o bom Fernando, gordo e simpático pianista do conjunto que se apresenta todas as noites no restaurante Mouraria, de Osmar Sokoloski, Os Montanari catarinense, são nove jovens, alguns bastante cabeludos, que vem procurando "modernizar" a música tradicionalista - e o resultado é que ainda não encontraram caminhos definitivos. Seu último lp (Alvorada/Chanteler, maio/75) tem o nome de "Granada" e a música de Augustin Lara abre o lado A, onde o maestro Bruno Montanari incluiu quatro composições próprias: "Velha Tapera", "João Brusco", "Piston do Jacó" e "Baile do Ariranha". No lado B, todas as músicas aparecem como de Bruno Montanari, por certo fazendo arranjos sobre temas tradicionais ou de domínio público: "Duas Águias", "Caixeiro Viajante", "Izabela", "É Grande ou Pequeno", "Até Amanhã" e "Erika".
Sem dúvida que um disco como este tem a garantia mínima de vendagem assegurada pelos próprios artistas - para justificar o custo de produção. Mas há retorno e por isso, em breve, Os Montanari estarão retornando com outro elepê. Então, faremos votos, com um pouco mais de criatividade.
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