As bandinhas catarinenses
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de janeiro de 1986
Um projeto que poderia justificar a soma de recursos do Goethe Institut/Consulado Geral da República Federal da Alemanha e do Governo de Santa Catarina: um grande seminário-festival reunindo as bandinhas típicas daquele Estado e possibilitar, paralelamente, a discussão, em mesas redondas, palestras e mesmo através de uma pesquisa, da influência da música alemã e, paulatinamente, a aculturação dos velhos músicos com os ritmos brasileiros. Embora existam mais de cem bandinhas - a maior parte no Vale do Itajaí, mas também significativas em São Bento do Sul, Concórdia e outros municípios - inexistiu, até hoje, qualquer preocupação de se estudar esta forma de expressão musical.
Todas (ou quase todas) tiveram origem no encontro de músicos nascidos ou descendentes de alemães. Inicialmente, preocupados em preservarem os cantos e danças do país europeu, foram, naturalmente, transformando-se em conjuntos de baile, mesclando o repertório nacional ao folclórico. Muitas bandinhas hoje já não conservam sequer a característica inicial, apresentando uma música híbrida, de discutível validade.
Algumas - como a TREL, de São Bento do Sul, tem poucos dos músicos originais. Em compensação, há outros conjuntos interessantes - que nunca chegaram às gravações.
No ano passado, Ayrton dos Anjos, produtor da RBS/Sigla, foi a Santa Catarina e registrou faixas com três bandas do Vale do Itajaí - a Bandinha Cavalinho Branco, o Musical Veneza e a Bandinha Bandeirantes. O resultado está no lp "Bandinhas - Encontro em Oktoberfest" (Opus/RBS), lançado por ocasião da festa da cerveja em Blumenau.
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