Bandinhas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de julho de 1976
A música instrumental feita por grupos do Sul do Brasil especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, oferece também um estimulante campo de análise. Independente de seus aspectos comerciais, que justificam as regulares edições dos álbuns das bandinhas Tureck, Montanari Treml e outras formações de raízes germânicas, do interior catarinense, há, nestes humildes instrumentistas - a maioria amadores, fazendo do trabalho musical apenas um "bico" - uma simplicidade que justifica que se aprecie com boa vontade e ternura (até) seu trabalho. Despretenciosos, limitando o seu campo de ação aos bailes e festas populares, as bandinhas Treml, e Tureck, citando 2 exemplos, tem, entretanto um prestígio seguro - que garante agendas completas de compromissos. A elas, somam-se novos grupos - igualmente com formações baseadas em metais, repertórios de fácil consumo - onde fundem músicas tradicionais da Alemanha, com composições próprias, na mesma linha ou arranjos de sucessos do momento. O maestro Bruno Montanari, líder de outra banda ("Os Montanari") de relativo prestígio no interior de Santa Catarina, aparece agora como arranjador de algumas faixas do segundo elepê que um novo conjunto catarinense, o Estrela D'Alva faz na Chantecler, etiqueta Rosicler. Com o esquema standartizado de basear nos metais os arranjos, este octeto bastante requisitado para bailes no Interior, registra em seu elepê, composições inéditas, mas fundamentadas no "espírito" germânico - como o "Abschidneh-men Tut Weh" (Siegal Jr. Behrle), "Uma Valsa Para Loiva" (Nelcedio Pottraz) e mesmo os dobrados "48" (em arranjo de Montanari) ou "Rancho Grande" (Pottratz).
Também os gaúchos integrantes do conjunto Mexico Brass, tem um esquema semelhante, como se pode perceber no novo Lp que fazem ("Mexico Brass/ Paloma Branca, Musicolor/ Continental).
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