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Aramis

Os Stones e os The Bee Gees

Vago o trono com a dissolução dos Beatles, os ingleses e igualmente anarquisantes The Rolling Stones tentam se manter numa discutível liderança da música pop - quando tantos e tantos grupos e solistas surgem quinzenalmente, na disputa de um mercado competitivo, sem grande base cultural - e que na mesma proporção que elege suas ídolos, os esquece também. Assim, a permanência de um conjunto pop não é ameaçado apenas por naturais problemas intestinais, mas também pela absorção do jovem público - na faixa dos 12/24 anos, que a proporção que as semanas passam e o recebimento de novas (in)formações, passa também a preferir outras formas de manifestações, passa também a preferir outras formas de manifestações musicais. Indiferentes as novas correntes da música pop - a série e importante linha sinfônica (Focus, Rick Wakeman, Emerson Lake & Palmer, Pink Floyd, etc.), The Rolling Stones em seu mais recente lp lançado no Brasil ("No Stone Unturned", London, Odeon / LN-7272-S) não propõe muitas novidades - embora sinta-se em algumas faixas, uma busca de suavidade, percebendo, talvez, afinal que os ouvidos de seus públicos começam a se cansar. Apesar da predominância das músicas da dupla Jagger/Richard "Congratulations", "Long, Long While", "Who's Driving Your Plane", "The Singer Not The Song", "Surprise, Surprise", "Child of The Moon" e "Sad Day", há também a inclusão de outros autores - Leiber/Stoller ("Poison"), Naker-Phelge ("Stoned"), Gordy Jr./Bradford ("Money"), Snow ("I'm Moving On") e Naker-Phelge ("2120 South Michigan Avenue"), pois afinal, 10 anos de carreira mostram que tudo muda, tudo se transforma. Formado por Barry Gibb (vocal), Maurice Gibb (baixo), Robin Gibb (vocal, piano), Vince Melouney (guitarra, solo) e Colin Peterson (bateria), o grupo anglo-saxão Bee Gees, surgido em Manchester, entre 1956/57, criado pelos três irmãos Gibb com o nome Blue-Cats, é outro conjunto que vem tentando se adaptar aos novos tempos para manter uma liderança que já foi maior. Ao longa dos anos, os Gibbs foram tentando novos nomes - Rattlesnakes, Gibb Brothers e Two Mates, até que em 1967, tiveram o seu primeiro sucesso de repercussão, com a faixa "New York Minig Disaster 1941". Em dezembro de 1968, já freqüentavam as paradas de sucesso com "I can't see nobody", "To love somebody", "Holyday", "Massachusets", "Words", etc. O sucesso trouxe as primeiras separações - com os irmãos Gibb tentando carreiras de vocalistas, mas o conjunto manteve-se apesar de alterações em suas diferentes gravações. No mais recente lp ("Mr. Natural", RSQ/Phonogram), temos 13 músicas relativamente suaves e interessantes, sem exagero na utilização dos instrumentos elétricos. A capa do lp é das mais interessantes: um bêbado num [tranqüilo] "Pub" inglês aparece na foto principal de mãos no queixo, pensando na vida, e na contracapa, sendo convidado a se retirar do bar pelo [irascível] garção. Naturalmente, todas as músicas são dos irmãos Gibb, se destacando aqui dois sucessos já devidamente promovidos há alguns meses: "Elisa" e "It Doens't Matter Much To Me". Outras faixas: "Charade", "Throw A Penny", "Down The Road", "Voices", "Give A Hand, Take a Hand", "Dogs", "Mr. Natural", "Lost In Your Love", "I Can'trabalho Let You Go", Heavy Breathing".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
14
21/11/1974

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