Pagador, 30 anos depois
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de junho de 1987
Como o casal Aluísio e Luciana Querobim não enviou a tempo para o Instituto Nacional de Artes Cênicas os dados sobre a montagem feita há 12 anos pelo grupo de teatro amador da Escola Técnica do Paraná, da peça "O Pagador de Promessas", a mesma não consta de exposição que foi montada no Rio de Janeiro, relativa a todas as encenações deste texto de Dias Gomes.
No último dia 25, a propósito dos quase trinta anos depois de suas primeira encenação (TBC, 1960) com 19 montagens no teatro, uma versão para o cinema - e, em breve, o aproveitamento como minissérie para televisão - tendo conquistado dezenas de prêmios no Brasil e no Exterior, e traduções em mais de 30 idiomas, "O Pagador de Promesas" ganhou uma série de comemorações. Na Sala da Memória Aloísio Magalhães, no Inacem (Avenida Rio Branco, 179, centro, Rio de Janeiro), Dias Gomes autografou a 30ª edição do texto por ele escrito em 1959. Paralelamente foi aberta a exposição de fotos, cartazes e programas das principais montagens e das edições em inglês, russo, espanhol, alemão e francês. No Teatro Glauce Rocha (mesmo endereço), houve a leitura encenada da peça, direção de José renato e, no elenco, alguns nomes das principais montagens: Leonardo Villar, Nathalia Timberg, Teresa Rachel, Antônio Ganzarolli, Lícia Magna, Magalhães Graça, Oswaldo Lousada, Jorge Chaia, Antonio Pitanga, entre outros.
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A estréia de "O Pagador de Promessas" aconteceu no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, em 29 de julho de 1960, com direção de Flávio Rangel, com Leonardo Villar, (que faria o mesmo papel no filme dirigido por Anselmo Duarte, 1962). Nathália Timberg e Cleyde Yaconis. A partir de 1961, houve 19 outras encenações em várias cidades do Brasil. Em Curitiba, em 1975, Aloísio Querobim, dirigindo os amadores da Escola Técnica (hoje Cefet), apresentou no Guaíra uma versão no qual modificava o final da peça.
No exterior, "O Pagador de Promessas" teve montagens na Polônia (Lodz), Estados Unidos (Massachussets e Washington e Kansas), Argentina, Itália, Marrocos, Colômbia. Em 1960, a encenação original recebeu nada menos que 13 prêmios.
Levado ao cinema por Anselmo Duarte, foi o único filme brasileiro até hoje a receber a Palma de Ouro em Cannes e indicado ao Oscar como melhor produção estrangeira (exibição nesta quinta-feira, 12, às 15 e 20 horas, Cine Luz). Ganhou ainda prêmios em festivais de cinema em San Francisco (EUA), Edimburgo (Escócia), Acapulco (México), além dos troféus "Saci", Governador do Estado de São Paulo, Cidade de São Paulo e Humberto Mauro, no Brasil.
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Alfredo Dias Gomes, 67 anos, baiano de Salvador, escreveu sua primeira peça teatral aos 15 anos ("Comédia dos Moralistas"), que já era premiada pelo SNT. Em 1941, quanto tinha 19 anos, viu encenada pela primeira vez uma de suas peças "Pé-de-cabra". Desde então, nunca mais parou de escrever, tendo, nos últimos anos, se dedicado a produzir textos para a televisão, autor de várias telenovelas de grande sucesso, mas eventualmente tem escrito para o teatro - "As primícias" (edição da Civilização Brasileira), "O Rei de Ramos" (encenada em 1978/79) e "Campeões do Mundo" (escrita entre 1979/80).
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