Para quem usa Betamax
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de outubro de 1988
Como há mais aparelhos no mercado do que se possa imaginar, o sistema Betamax tem seus defensores. A unidade da Sony que iniciou a fabricação deste sistema de vídeo, em instalações na Cidade Industrial de Curitiba, não se assustou com a preferência nacional, em termos de vídeo doméstico, pelo sistema padrão VHS, e continua sua produção regular - até ampliando-a. Especialistas garantem que o sistema Betamax oferece melhores condições de gravação e reprodução - sendo assim utilizado em escala semiprofissional, em cursos, seminários e programações regulares. Mas há também quem use o Betamax domesticamente - embora para estes prejudique a natural limitação das fitas gravadas, com filmes, shows, etc. - e mesmo de fitas virgens. Por isto, a boa notícia foi a que a Salles Interamericana de Publicidade, agência que atende a Sony, trouxe há algumas semanas: a multinacional japonesa montou um laboratório para a duplicação de filmes no sistema Betamax para os produtores de todo o país. Assim, a Sony quer incentivar as produtoras a trabalhar em maior escala com esse sistema, de modo a fazer com que também as locadoras ampliem a sua variedade de filmes em exposição ou para que "o consumidor saiba que a Sony continua trabalhando firme com o sistema e os videocassetes Betamax".
Na montagem do laboratório a Sony investiu US$ 2 milhões, com mais de 40 aparelhos para permitir a duplicação de até 200 fitas por dia. E a própria Sony pretende comprar direitos autorais de filmes no Exterior - EUA, Europa e, especialmente, Japão - para gravar cópias e vender no mercado brasileiro. Os fanáticos pelo cinema japonês, como Valêncio Xavier, diretor do MIS-PR, esperam que com isto os grandes clássicos daquele país cheguem em boa cópias no Brasil.
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