Pesquisa Escolar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de abril de 1975
A insistência de grande número de professoras do ensino do primeiro e segundo graus em atribuir notas aos alunos com base em "pesquisas" de discutíveis resultados didáticos - o que provoca uma devastação nas páginas das enciclopédias e livros ilustrados da Biblioteca Pública do Paraná - está propiciando uma rendosa indústria paralela. Em algumas escolas, apesar de existir rigorosa proibição de venda de publicações, vem sendo distribuídos aos alunos um folheto oferecendo por Cr$ 20,00 uma "minigaleria cívica", em 3 volumes, com 64 mini posters com as biografias dos principais vultos da nossa história". Lançada por uma empresa intitulada de "Campanha Nacional de Incentivo À Pesquisa Escolar" - a "Minigaleria Cívica" inclui desde Pedro Álvares Cabral até o ex-presidente Emilio Medici, passando pelo médico Jesus Zerbine e até o curitibano César Lattes. A distribuição dos volantes anunciando esta "obra" é feita principalmente em estabelecimentos nos bairros mais pobres da cidade e embora com valor reduzido, não deixa de ser mais uma despesa para os já comprimidos orçamentos dos pais. Não custaria muito a atenção do secretário Francisco Borsari Neto, neste setor. Vamos incentivar ao estudo e [à] pesquisa, mas de forma inteligente e prática, e não na cômoda posição que muitas professoras adotam: escolhem um tema e, sem dar a mínima orientação às crianças, exigem trabalhos que valem mais pelas coloridas ilustrações (e onde encontrar revistas e livros para recortá-las?) do que pelo próprio texto. Assim não dá ...
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