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Aramis

Pintando o 7

Uma viagem de fim de ano, fez com que Adalice Araújo, professora da Escola de Música e Belas Artes e do Instituto de Letras e Artes da UFP, única crítica de artes visuais da cidade a manter uma coluna semanal, pudesse opinar sobre os acontecimentos mais marcantes em sua área, em 1972. Assim mesmo com atraso de duas semanas, aqui vai a opinião - sensata e importante - de Adalice: 1) A premiação do Ivens de Jesus Fontoura na Pró-Bienal, em São Paulo; 2) As promoções do Instituto de Letras e Artes que marcaram o cinqüentenário da Semana de Arte Moderna de 22; 3) A revelação de Beatriz Wouk e Tereza Isabel Souto de Becker como as mais importantes promessas das artes plásticas do Estado; 4) A exposição de Carlos Eduardo Zimmermam na agencia do Banco de Brasília; 5) O Encontro de Arte Moderna promovida pelo Diretório Acadêmico Guido Viaro; e, 6) A chamada "Tomada" do Museu de Arte Contemporânea de vanguarda idealizada por Fernando Velloso) ) Érico trabalhando dia e noite: quer aprontar 30 delas para uma individual na Sala Cecília Meireles, na GB, em abril, mas os colecionadores não deixam nem as tintas secarem: vão a sua mansão no Jardim Social e adquirem os quadros antes mesmo de estarem prontos. Por isto, Érico foi para sua casa de praia e vai deixar alguns quadros estocados no Litoral, até a hora da exposição.) ( Temporada fraca, com pouca gente movimentando-se em nosso meio de artes plásticas. Clotilde Valente, da Galeria Largo do Comendador, viajar dentro de alguns dias para a Guanabara, a fim de encerar o calendário de exposições em sua Galeria Largo do Comendador, em 1973.) (O advogado Constantino Viaro recebeu convite de Heloisa Lustosa, diretora executiva do Museu de Arte Moderna, da Guanabara, para promover uma mostra dos trabalhos de seu pai, Guido Viaro, no MAM, ainda no primeiro semestre de 73. Será, sem dúvida, o lançamento nacional do maior pintor que o Paraná já teve, nos últimos anos. ) ( Um dos cartões de Natal mais originais que recebi foi da pintora Vera Lúcia Machado: com absoluta simplicidade, criou uma mensagem sobre uma fotografia de seus belos trabalhos em acrílicos.) (Da coluna de Walmir Ayala no "Jornal do Brasil" (11/1/72), analisando o trabalho em tapeçaria de Janete Fernandes aceita no Salão de campinas, mas recusada no Salão do Paraná (o que fez ela protestar bastante): "Como estamos num País de muita tapeçaria é demais documentar o esforço de alguns que tentam avançar dos limites geralmente decorativos do gênero. Podemos afirmar que a obra de Janete Fernandes é inquietaste, um verdadeiro gesto de rebeldia dentro de um ramo bastante adocicado. A forma tecida que invadiu o Salão de Campinas, em seu vigor e surpresa, deixava uma brecha benéfica na trilha dos criadores de tapete. Sem a beleza aparente, sem o servilismo ornamental eram elementos de um corpo esquartejados, sugestões de figuras toscas e tecidos na lã mais bruta. A lã do inconformismo". ) ) Entre os vestibulandos deste ano na Escola de Belas Artes, um moço que deve ser observado: Edson Machado, irmão mais moço de Juarez - que há dez anos também ali começava sua carreira.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
14/01/1973

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