Plácido canta Lecuona
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de novembro de 1984
Plácido Domingo está em todas. Nas mais refinadas gravações das grandes ópera, nas tela em "Lá Traviatta" de Franco Zefirelli (cuja trilha sonora, em álbum duplo, já foi lançada pela WEA) e também, para ouvidos menos líricos, cantando as mais belas canções de Ernesto Lecuona (Cuba, 1896 - Santa Cruz de Tenerife, Ilhas Canárias, 1963) no elepê "Siempre en Mi Corazon" (CBS).
Não é a primeira vez que Plácido Domingo, o mais famoso tenor da atualidade, mostra que um cantor lírico também pode interpretar canções populares. Já fez anteriormente (gravando um belo disco com músicas de John Denver) e, por certo, repetirá no futuro. Só que escolhe bons autores - no caso as canções de Lucona, autor de verdadeiros clássicos como "Andalucia", "Malagueña", "Siboney" e a música que dá titulo a este disco - assim como há 40 anos foi a música-tema de um dos maiores sucessos do cinema americano.
Lecuona escreveu sua primeira canção aos 11 anos e já era bom pianista. Formado no Conservatório Nacional de Havana, em 1913, lançou-se na vida artística. Com sua própria banda Lecuona's Cuban Boys, percorreu a América Latina e Europa e acabou se radicando em Nova Iorque. Lá passou também a escrever para teatro, rádio e cinema.
Como bom espanhol, Plácido Domingo sempre adorou a música de Lecuona. E assim, com a ajuda de Edgardo Ramirez, sobrinho do compositor, selecionou um ótimo repertório, que registrou acompanhado pela Royal Philarmonic Orchesta, com regência de Lee Holdridge, também responsável pelos arranjos, "Maria La Ó", "Noche Azul", "Canto Karabali", "Juventude", "Damiseta Encantadora" e "La Comparsa" - em arranjos de Alf Clausen e Le Holdridge - compõem este álbum classe A.
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