Programação Visual
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de junho de 1974
Para Alexandre Wollner, 46 anos, presidente da Associação Brasileira de Desenho Industrial e ao lado de Aluísio Magalhães, o grande nome do designer no País, a diferença entre um programador visual e um bem intencionado diretor de arte de uma agência de publicidade na criação de uma marca de uma empresa, é que enquanto o programador tem que começar na fase de infra-estrutura, o publicitário geralmente é o último profissional a ter seus serviços solicitados - no momento em que se torna necessária à comunicação direta com o público. Reconhecendo a limitação desta nova e sofisticada profissão - a de programador visual, Wollner conta que a ABDI tem apenas 120 sócios espalhados em 10 Estados, na Guanabara, onde desde 1963 funciona a respeitadíssima Escola Superior de Desenho Industrial - ano em que marca, em sua opinião, o aparecimento da profissão de designer no Brasil, o mercado está saturado, enquanto São Paulo - mesmo oferecendo excelentes perspectivas para bons programadores - tem dificuldades de atrair os jovens que desejam se dedicar a este fascinante campo da comunicação. Autor de algumas das mais conhecidas marcas industriais e comerciais - Metal Leve, Eletroradiobraz, Eucatex etc., Wollner foi um dos pioneiros na programação visual no Brasil. Em 1954, abandonou o projeto de cursar arquitetura ao ter a grande chance de merecer do suíço Max Bill, o convite para estudar na Escola de Desenho Industrial de Ulm, na Alemanha, onde permaneceu até 1958. Com sólidos argumentos para justificar a importância da boa programação visual no sucesso de qualquer empreendimento, Wollner fará uma palestra na Eucatex Expo, no próximo dia 3, quinta-feira à noite, rapidamente, ele veio apenas para a inauguração da exposição de trabalhos de associados da EDSI.
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