No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de outubro de 1991
Em carta de 46 linhas, Jaime Lechinski, secretário de comunicação da Prefeitura de Curitiba, procura mostrar - repetindo números e argumentos que tem sido veiculados nos releases e anúncios oficiais do município - que Curitiba é ecológica graças a projetos como "Lixo que não é lixo", linha Ligeirinho (?) e programas de valorização do trabalho dos catadores de lixo. Tudo ótimo, muito simpático - mas esta argumentação oficial não responde a uma simples questão: já que há tanta preocupação pela ecologia, porque a badalada Universidade Livre do Meio Ambiente (?) nada fez para motivar a ida de platéias especiais a um filme de utilidade ecológica como "Césio 137"?
E por que será que nem o secretário municipal de meio ambiente e nem o próprio prefeito Jaime Lerner - que tanto gosta de cinema americano e europeu - foram assistir ao sério, oportuníssimo e corajoso documento drama de Roberto Pires?
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O empresário José Mindlin, que é o conferencista de segunda-feira no ciclo de debates "Brasileiro: Cidadão" (auditório Maria José de Andrade Vieira, dia 21, 19 h), é o presidente da Metal Leve e um dos homens que mais tem contribuído em projetos culturais. Sua biblioteca é uma das melhores da América do Sul e tem patrocinado notáveis edições de obras-de-arte. Espera-se que, na palestra, aborde aspectos relacionados ao empresariado e as leis de estímulo à cultura - como a extinta Sarney, a atual lei Rouanet e a futura lei Vanhoni - municipal, que o vereador Ângelo Vanhoni apresentou e Jaime Lerner vetou - para reapresentá-la como "iniciativa" oficial.
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