"Rap" a toda velocidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de março de 1990
BIZ MARKIE (Marcel Hall, Nova Iorque, 9/4/1964) estourou já com seu primeiro ("Goin'Off), transformando-se em sensação do cenário rap nova-iorquino. Mr. Dinamyte - como se tornou conhecido - encontrou na música balançante, utilizando o próprio corpo para tirar ritmos e batidas, uma forma de alcançar uma faixa jovem. Como no Brasil, a aceitação por Modelitos importados é grande, chega agora o segundo LP de Markie ("The Biz Never Sleep" - não o clássico tema romântico, mas um rap faiscante - o disco já conseguiu popularidade junto às discotheques e as FMs de programação mais colonizada.
BIG TIME é o nome de um disco de um grupo que atua na mesma linha do rap. Liderado por Heavy D. (Jamaica, 1967), aos 11 anos já estava fazendo rap e juntando-se ao seu irmão mais velho, Floyd, formou o grupo Heavy D & The Boyz, que mistura estilos que vão do funk e do cool ao rap. "Big Time", o novo LP do grupo, já estacionou no Top 50 da Bilboard.
ICE-T é o nome artístico de um intérprete da pesada que saiu de uma das mais violentas gangues de Los Angeles) os Crips - para encontrar um lugar na música de consumo, que se faz na Costa Oeste americana. Em 1988, Benny Medina, da Warner Bros, ao produzir a trilha sonora para o filme "Colors" ("As Cores da Violência", de Dennis Hopper), considerando o tema abordado - o submundo das gangues de rua e o tráfico de drogas em Los Angeles - montou uma sound-track com intérpretes da pesada (Eric B & Rakim, Daddy Kane, Kool G. Roxanne Shante) e, entre os lançamentos, um crioulão rapper que usava o nome de Ice-T. Ex-membro dos Crips, Ice-T foi escolhido para interpretar o tema-título de "Colors" e o sucesso do filme (e da trilha sonora) fez seu nome estourar, levando-o a deixar as gangues e seguir carreira na música. Através de poderosos "raps", Ice-T traz em suas criações reflexos sociais da outra América - de pobreza e violência. Após dois elepês solos - "Rhytme Pays" e "Power" (este lançado pela WEA), chega ao terceiro trabalho - "The Iceberg/Freedom of Speech... Just Watch What You Say" (Sire/Rhyme Sindicate Records/WEA), mais um fiel retrato das ruas das grandes cidades americanas, traduzido em poesia instigante e pulsante
um explicação de Ice-T para o seu estranho nome artístico:
- Eu peguei meu nome - "Ice-T" - de uma das novelas de Iceberg Slim. Também o motivo de meu álbum se chamar "The Iceberg". É o que anda na minha cabeça.
Enviar novo comentário