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Aramis

Sinfonias de Weill

Kurt Weill ainda é, para a maioria das pessoas, apenas a segunda metade da dupla Brecht-Weill na "Ópera dos Três Vintens", e compositor de sucessos tais como "Septemberg Song". No entanto, essas peças francamente populares e/ou satíricas são, na melhor das hipóteses, periféricas em relação às suas realizações reais. É preciso algum esforço de imaginação para lembrar que, entre as grandes guerras, o jovem Weill era considerado na Alemanha como o principal compositor de ópera de sua geração e tinha a seu crédito quantidade substancial de música para orquestra, boa parte da qual espera ainda ser redescoberta e reavaliada. Por isso, é da maior importância o lançamento do elepe com "As Duas Sinfonias", de Kurt Weill, com a Orquestra de Gewandhaus, de Leipzig, sob a regência do maestro Edo De Waart (Philips, série Super de Luxo, 6534001, outubro/1975). Numa música relativamente "pura", Weill (Dessau, 1900 - Nova Iorque - 1950) com habilidade, adaptou peças clássicas e gradativamente moldou um cromatismo altamente expressionista (a herança comum da música austro-alemã depois das primeiras obras chamadas "atonais" de Mahler, Reger e Schonberg) numa linguagem muito mais diatônica que conserva grande tensão e variedade harmônica. Segundo o musicólogo Calum MacDonald, "as duas sinfonias, suas primeiras e últimas obras orquestrais que sobrevivem, estão nos extremos opostos desse processo. No entanto, ambas tem amplas implicações programáticas, que em muitos casos se relacionam com as preocupações religiosas de Weill". A Sinfonia nº 1 foi composta por Weill em Berlim, em 1921, no tempo em que frequentava a Academia Prussiana de Artes. Já a Sinfonia nº 2, data de 1933/34, e foi encomendada pela Princesa Edmond de Polignac, durante os últimos dias da República de Weimar. A composição foi interrompida em março de 33, por sua fuga da Alemanha para a França e só seria terminada em Louveciennes, perto de Paris, em fevereiro de 1934, tendo sido executada muitas vezes sob a regência de Bruno Walter, antes da guerra. Depois caiu no esquecimento e só foi revivida e publica em 1966.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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29/10/1975

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