Sucessos de Carnaval
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de outubro de 1975
Embora em Curitiba as escolas de samba (sic) só lembrem-se do Carnaval quando a Prefeitura libera as subvenções, no Rio de Janeiro já começa a registrar-se efervescência e movimentação para o carnaval de 1976, com a escolha das músicas pelos intérpretes, o trabalho de "colocação" pelos autores, bem como as primeiras gravações. O que torna interessante, lembrar as primeiras colocadas no Carnaval de 1975, de acordo com o levantamento realizado pelo Serviço de Defesa do Direito Autoral, que em sua publicação oficial ("Revista do direito Autoral", nº 12, junho/julho/75), faz loas ao "trabalho consciente e disciplinado" realizado no Carnaval deste ano, quando seus fiscais controlaram diretamente nada menos que 1.057 festividades carnavalescas, em todo o Brasil, onde o total de musicas registradas ascendeu a 80.746, sendo a esmagadora maioria do SDDA (71.148). Ainda uma vez, as músicas antigas, marcaram uma significativa presença, sendo contempladas na distribuição 1.537 delas, contra apenas 341 dentre as músicas novas. O total da distribuição (para autores e, principalmente editores) foi de Cr$ 4.062.256,00. "Mamãe eu quero" a veterana marchinha de Vicente Paiva, e Jararaca, que já há mais de 10 anos ocupa sempre os primeiros lugares, sagrou-se novamente campeonissima, arrecadando Cr$ 107.787,00, ficando em segundo lugar a "Marcha do Kung-fu", de Brasinha, que rendeu Cr$ 92.169,00. As músicas novas voltaram a figurar em 6º ("Macunaíma", de D. Correia e N. Reis, Cr$ 69.540,00) e 12º ("Compensou", de J. Júnior e Vicente Longo, Cr$ 56.886,00). Até o 11º lugar repetiram-se os sucesso tradicionais, o que prova mais uma vez a supremacia das antigas marchinhas e sambas: "Cidade Maravilhosa" de André Filho, "Jardineira", de Benedito Lacerda e Humberto Porto: "Máscara Negra", de Zé Keti e Pereira Matos "Cabeleira do Zezé", de Roberto Faissal e João Roberto Kelly; "Me dá um dinheiro aí", de Ivan, Homero e Glauco Ferreira; "Teu Cabelo não Nega", de Lamartine Babo e Irmãos Valença; "Boi da Cara Preta", de Zuzuca (campeão de 1974) e "Bandeira Branca", de Max Nunes e Laércio Alves.
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