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Aramis

TEATRO

Despercebido há pouco mais de um ano, quando de sua estréia, "Boneca Amorosa" (cine Marabá) merece agora maior atenção, pois o segundo filme que seu diretor, o inglês Alastair Reid, realizou - "Paixão e Crime", não só foi incluído entre os 10 melhores do ano, como o destacou como a grande revelação do ano passado, em seu campo. Com um título e tema capazes de atrair o grande público - o que levou a Fama Filmes a promover esta reprise - "Baby Love", é, como "Paixão e Crime", um sério estudo psicológico de uma personagem feminina - aqui uma adolescente, como em o "The Night Digger" era uma quarentona, frustrada e solitária (Patrícia Neal, na sua melhor criação até hoje). Pode-se comparar "Baby Love" a "Teorema", em termos da transformação via sexo - que um personagem estranho provoca dentro de uma família burguesa. A personagem-título, interpretada com muita sensualidade por Ann Lynn (foto), cria todo um clima de sexo e vingança, numa dominação do filho adolescente, da esposa (talvez numa das seqüências mais eróticas destes últimos anos) e, finalmente, a tentativa de seduzir o chefe-da-familia, ex-amante de sua mãe (Diana Dors) e, talvez, seu próprio pai. Como em "Paixão e Crime", Alastair mantém uma sobriedade total, não caindo no lugar comum ou apelando para soluções de mau gosto e o resultado é que a sua personagem principal - um misto da "Lolita" de Vlademir Neabokow e o anjo-sensual de "Teorema" de Pier Pasoline, não fica demagogicamente, no final, como vitima ou heroína de uma situação absurda: apenas a presença irremovivel de uma nova realidade. Um filme de visão obrigatória a quem gosta de bom cinema.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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02/03/1973

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