Tess, o mais belo filme de Polanski
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de novembro de 1985
Se há poucas estréias, em compensação há reprises significativas. De princípio temos o retorno do belo "Tess", superprodução que Roman Polanski realizou no final dos anos 70, na Europa, logo após ter fugido dos Estados Unidos (onde continua impedido de entrar, já que foi condenado por sedução de menor). Premiado com três Oscars em 1980 - fotografia em cores, Geoffrey Unsworth/ Ghislai (Cloquet), guarda-roupa (Anthony Powell) e direção de arte (Pierre Guffroy/ Jack Stevens), "Tess" é, realmente, um dos mais belos filmes dos últimos anos. Teve indicações também ao Oscar de melhor filme (perdeu para "Gente Como A Gente/Ordinary People", de Robert Redford).
Desde 1967 que Polanski sonhava em levar `´a tela o belo romance de Thomas Hardy (que teria ganho de presente de sua esposa, a atriz Sharon Tate) tanto que o filme é dedicado à memória da atriz assassinada pelo bando de Charles Manson). Só em 1979, Polanski conseguiu recursos para transpor "Tess of the d'Urbevilles" ao cinema, numa produção difícil e demorada, durante a qual faleceu o fotógrafo Ghrislain Cloquet (substituído então pelo inglês Unsworth). "Tess" foi o filme que projetou mundialmente Nastassja Kinski, hoje superstar das mais conhecidas do público: Peter Firth, Leigh Lawson, John Collin, Rose-Mary Martin e Carolyn Pickles. Ótima trilha sonora de Phillipe Sarde.
Um detalhe interessante: no romance de Thomas Hardy, o personagem Angel Clare ao saber que sua amada, Tess, não é mais virgem, vem para o Brasil, exatamente para a colônia inglesa do Assunguy, nos arredores de Curitiba. No filme, a referência é feita apenas ao Brasil, sem detalhar o Estado para o qual se dirigiu o personagem.
"Tess" está em reprise no Cine Astor, em 3 sessões.
LEGENDA : Nastassia Kinski no auge de sua beleza num filme pastoral de imensa beleza: "Tess". No Cine Astor.
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