Veja o filme e guarde a música, já que as imagens pelo videocassete são ainda privilégio de uma minoria que dispõe de Cr$ 200 mil para comprá-los e Cr$ 10 mil para cada cópia de filme. Entre as trilhas sonoras colocadas no mercado, nas últimas semanas, eis cinco indicações. A COMPETIÇÃO ( The Competition), estréia do diretor Joel Oliansky, fez sucesso no cine Astor. Tipo do filme com planejamento para agradar ao público: a história de um jovem em busca do prêmio num concurso de recitalistas, não resiste a um juízo crítico mais profundo, mas trouxe a mais bela canção-tema de 1980, "People Alone", de Lalo Schiffrin, letra de Will Jinnings, que na voz de Randy Crawford, foi indicada ao Oscar-81, mas, injustamente, perdeu para "Out Here On My Hown" (Maichael Gore), do filme "Fama" - que recebeu dois Oscars: canção e trilha sonora. A Polygram, que já havia lançado o álbum com a trilha integral, relançou agora um compacto simples com Irene Cara interpretando "Fame e "Out...". "The Competion" tem além de temas originais de Schifrin, muitas faixas de clássicos: Prokofieff, Beethoven etc. Uma trilha excelente, muito melhor do que o filme. Lançamento da Ariola/MCA. A SOMBRA DE UM ÍDOLO (The Idolmaker), também realizado por um estreante, Taylor Hackford, conta a história de um empresário audacioso e que fabrica novos artistas da música pop. A ação se passa nos anos 50/60, proporcionando um revival do gênero rock, embora com músicas próprias de Jeff Barry, em interpretações de Jesse Frederick, Darlene Love, Peter Gallagher Nino Tempo, Ray Sharkey - que também aparecem neste filme, exibindo na semana passada no Rívoli. Edição da CBS. O DESTINO MUDOU SUA VIDA - ( Coal Miner's Daugter). Se não fosse a indicação a vários Oscars e a premiação a Sissy Spaceck como melhor atriz pela interpretação da cantora country Loretta Lynn, dificilmente este filme chegaria ao Brasil. Mas a marketing do Oscar sempre ajuda muito e assim "Coal Miner's Daughter"deve estar em exibição já no cine Lido, dentro de todo o esforço que a WEA e outras multinacionais estão fazendo para fazer com que a música country repita o fenômeno da discotheque. "Cowboy no Asfalto"(Urban Cowboy, 80 de Jeff Bridges) - Com John Travolta no papel central e uma robusta trilha sonora, que e a WEA editou em álbum duplo, há alguns meses, fracassou em termos cinematográficos. Mas o country (re)existe, haja vista a quantidade de edições que tem aparecido - embora, infelizmente, o melhor do gênero, com gravações dos autenticos caipiras americanos ou baladistas de protesto (Woody Guthrie, para só citar em exemplo) permaneça inédito no Brasil. "Coal Miner's Daughter ", direção de Michael Apted, trás em sua trilha além da própria Sissy Spaceck ( "The Great Titanick", "There He Goes", "I'm Honky Tonk Girl", "I'm Honky Tonk Girl", "I Fall To Pieces"), também Levon Helm ("blue Moon Of Kentucky") "Beverly Dángelis ("Walking After Midnight", "Crazy", "Sweet Dreams"), entre outros. Edição da Ariola/MCA. BAILA COMIGO - novela de Manoel Carlos, direção de Roberto Talma e Paulo Ubiratan. Como a onda é a dança - haja visto a inflação de academias que tem sido fundadas Brasil afora, o marketing da Globo funciona com mais esta telenovela, cuja banda sonora, naturalmente, está entre as mais vendidas. Como sempre, as músicas que entram numa trilha da Globo escalam as paradas de sucesso e desta vez aqui temos músicas nas vozes de Maria Bethania ("O lado quente de ser"), Guilherme Arantes ("Deixa Chover"), Caetano Veloso ("Lua e Estrela"), Marina ("Corações A Mil"), Cauby Peixoto ("Loucura"), Fafá de Belém ("Pano de Fundo") e Ney Matogrosso ("Viante"), entre os mais famosos. Gente moça também aparece: Robson & Lincoln ("Baila Comigo"), Beth Goulart ("Vida"), Júnior ("Rio Sinal Verde"), Kleiton & Kledir ("Vira Virou", Naila Scorpio ("Rapte-me Camaleôa") e, para garantir a volta de Marcos Valle a um maior destaque, o "Bicho no Cio", com Marcos Valle. DIVINE MADNESS - Antecipando-se a estréia deste filme dirigido por Michael Ritchie, mas confiando no prestígio de Bette Middler - The Divine Miss D, a WEA lança a intensa trilha sonora deste filme produzido por um dos filhos do falecido ator Alan Lad. Bette além de atriz principal é co-roteirista e, obviamente, intérprete das inflamadas canções deste filme iluminado, marcante - e que se espera repita o sucesso de "A Rosa" (The Rose), a cinebiografia da trágica Janis Joplim (1943-1970), que dirigida por Mark Rydell, mostrou em Bette, uma atriz tão boa quanto cantora.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Nenhum

Coluna ou Seção: Jornal da Música

Página: 25

Data: 31/05/1981

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