Veterana Gladys e a boa estréia de Betty
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de outubro de 1988
Há um pouco de exagero na primeira frase do release apresentando o novo elepê "All Ouro Love": "Após 35 anos juntos, o Gladys Knight and the Pips conseguiu atingir um status de lenda. Os diferentes modismos chegaram e passaram mas o portento vocal do grupo e seu "feeling" para escolher o material muito adequado a seu estilo manteve-os intactos ao longo dos anos".
Gladys, 44 anos, formou o primeiro grupo vocal quando ainda era menina e cantava em coros religiosos. Com seus irmãos, Merald (Buba) e Brenda e os primos William e Eleanor Guest, o grupo passou a se apresentar em clubes e mesmo com substituições (Edward Patten e Langston George substituíram a Brenda e Eleanor, e mais tarde George também deixou o conjunto) o sucesso foi marcante - com gravações na Motown (depois na Buddah Records) que emplacaram discos de Ouro.
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O grupo se mantém em forma e se pode sentir isto já na primeira faixa de "All Our Love": em "Love Unboard", os vocais marcantes e o ritmo conquistam o ouvinte rapidamente. "Loving on Next to Nothing" e "Say That you Mean" são energéticas e marcadas por ritmos latinos. Nas baladas do elepê, Gladys Knight and the Pips mostram que sua força permanece intocada.
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Se Gladys Knight é um nome conhecido, aproveitemos para chamar atenção para um novo talento feminino: Betty Wright ("Mother Wu", CBS). Morena, charmosa e afinada, com um imenso grupo de apoio, desfila um repertório do primeiro nível, com canções longas, todas de sua autoria (apenas em uma, "Shoot it from the Hip", com o parceiro Edward Meriwether). Betty não economiza nas palavras: "After the Pain", com 6'56", é longuíssima - e sua leitura vale por uma aula de inglês. Mas merece que se preste atenção nesta nova cantora compositora, nome forte das estréias internacionais (no mercado brasileiro) neste ano.
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