A voz do violão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de dezembro de 1985
O violão teve em 1985 grandes registros fonográficos. Duas excelentes experências de orquestras de violões - a formada pelo virtuose Turibio Santos, com seus alnos da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( edição Kuarup) e a revelação da Orquestra de cordas Dedilhadas de Recife, - lançada em Lp no projeto Nelson Ferreira, que trouxe também uma das revelações do ano em termos de violão: Jacaré (expressivo músico pernambucano). Confirmações do virtuosismo ao violão foram trazidas nos discos de Nando Carneiro (o segundo pela Carmo ) e Rosinha de Valença ( numa produção independente, marcando seu retorno após o longo afastamento). Mas os três melhores momentos de violão na MPB-85 foram nos dados pelo magnífico Almir ster, num elepe exclusivamente instrumental (Som da Gente), a revelação de Marco Pereira ( também lançado na etiqueta de Walter Souza/Teresa Santos) e e especialmente o magnífico Francisco Mário, em seu quarto lp independente - e um momento glorioso: "Pijama de Seda". Francisco Mário, também teve o grande mérito de, através de sua etiqueta, Libertas, antecipar-se ao início das comemorações do 80 aniversário de Radamés Gnattali ( atranscorrer no próximo dia 27 de janeiro) e produzir um lp com o grande mestre, com toda sua criatividade, em solos magníficos de piano. No final do ano, a Funarte também lançou um álbun em homenagem a Gnattali - com seu quinteto e participações especiais (Tom, Paulinho da Viola, José Menezes), mas a maior homenagem que se poderá fazer a este gaúcho magnífico será a reedição de "Retratos", obra-prima gravada há 21 anos, na CBS - e que se constitui hoje em peça rara na discografia brasileira.
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