A Cidade & O Tempo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de junho de 1974
Um dos mais antigos relógios da cidade - o que está instalado na fachada da antiga estação ferroviária, no final da Rua Barão do Rio Branco, volta a funcionar após uma paralisação de quase dois anos. É que com a mudança da estação para o Capanema, havia sido retirado o relógio-mestre que movimentava todos os mostradores de tempo existentes no antigo prédio. Agora, entretanto, a velha engrenagem está sendo recolocada em seu primitivo lugar e assim o preciso relógio, no qual os curitibanos se habituaram a acertar seus aparelhos, volta a partir da próxima semana a dar as horas certas... ao menos da partida dos trens da RFFSA.
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O primeiro relógio instalado na estação instalado na estação ferroviária foi inaugurado junto com o prédio - a 2 de fevereiro de 1885, mesma data em que entrou em funcionamento regular a ligação, entre a Capital e Paranaguá, após a odisséia que foi a construção da grandiosa obra. Nove anos depois houve uma remodelação e o relógio foi transferido para outro local (hoje se encontra no Estádio Durival de Brito). Instalou-se então uma engrenagem de fabricação francesa, que há 80 anos exatamente mantém uma sueca precisão. Só interrompida há poucos meses quando se tentou montá-la na nova ferroviária, mas como felizmente prevaleceu o bom senso, na Rodoferroviária existe agora um equipamento eletrônico e o velho aparelho retornou ao seu primitivo e natural lugar.
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Depois de quase um ano de trabalho da firma Saniseto, o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, na Rua XV de Novembro, está de roupagem nova: o cinzento que dava uma fisionomia triste ao quadrado edifício desde sua inauguração, a 20 de setembro de 1934, foi substituído por cores mais vivas. Incluindo obras complementares - nova cobertura em petit-pavê da calçada, pintura do posto interno e parte elétrica - as obras custaram Cr$ 279.435,00. O prédio foi iniciado em 1933, quando o então diretor dos Correios e Telégrafos, subordinado ao Ministério da Viação e Obras Públicas, Sr. Germano Schemer lançou a pedra fundamental. A firma Cavalcanti & Junqueira, executou as obras civis em terreno doado pelo interventor Manoel Ribas. 14 anos antes, em 1929, já havia sido levantada a possibilidade de construção de uma sede própria mas a falta de um terreno atrasou a obra.
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