15 anos de Célio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de junho de 1979
Embora o auditório da Reitoria não estivesse totalmente lotado na fria noite de terça-feira, 26m centenas de amigos e admiradores do violonista, cantor e compositor Célio Malgueiro, 34 anos, paranaense de Ibiporã, 23 de Curitiba, ali compareceram aplaudira, de pé, o seu espetáculo comemorativo a 15 anos de carreira artística. Para quem, como nós, lembra-se do Célio, quase de calças curtas, ensaiando seus primeiros acordes no violão, quando ainda residia no Edifício Vasconcelos, na Praça Osório, e nós trabalhavamos na redação da "Última Hora", num dos períodos mais intensos da imprensa paranaense, não deixa de ser marcante registrar a evolução musical que alcançou neste período.
Autodidata, passando por vários grupos dançantes - alguns já extintos, como o Cayras (1962), Bonetto e seus Cometas (1963), outros ainda em atividade - Beppi e seus Solistas, Samjazz Quintet (1967-77), Célio dedica-se hoje apenas a sua academia de violão, a "Guka - Viola" e a trabalhos de solo.
Estimulando por um grande amigo, o cantor Paulo Chaves, decidiu montar um espetáculo, provando sua habilidade ao violão - executando peças de Saint-Preux, Bach Paulinho Nogueira, Baden Powel etc., cantando algumas canções, homenagenado um grande amigo desaparecido, Lápis ("Vestido Branco") e até mostrando, como o grande Garoto (Anibal Augusto Sardinha, 1915-1955) fazia, que até o banjo pode ser utilizado na MPB, como fez, solando o choro "lamento", em contraponto ao violão do competente Nelsinho. O resultado foi um espetáculo limpo, bem feito - e que só lamentamos que tenha tido uma única apresentação. Em breve, Célia fará apresentações em algumas cidades do México, com aval da paranaense Denise De Kalafe e talvez inicie uma merecida carreira além das fronteiras curitibanas. Que, aliás, há muito merece.
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