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Aramis

"Actus Solemnis"

Carmem Costa, que esteve no último mês de outubro se apresentando no Teatro Guaíra, pelo projeto Pixinguinha, está novamente em Curitiba para, de 14 a 24 próximo, apresenta um espetáculo de Natal: "Actus Solemnis", sob direção de Oraci Gemba, no Paiol e várias igrejas. Seu verdadeiro nome é Carmelita Madriaga, mas há 39 anos, foi batizada artisticamente como Carmem Costa. Neta de escravos, nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro e diz que teve uma vida dura, pois nem mesmo tinha condições financeiras para ir a escola. Aos dez anos começou a trabalhar como ama-seca em Niterói, pois não sabia ler e escrever, sobrevivendo por trabalhar em casas de família. Nesta época foi que conheceu "Henricão", que a iniciou na vida artística, convidando-a para cantar na gafieira "Elite". Logo em seguida, ela foi contratada pela Rádio Nacional, em 1943. Quando cantou no Copacabana Palace e na "I Feira de amostras de Manaus", foi que conheceu o americano Khoeler, que no mesmo dia convidou-a para casar, o que ela aceitou. A partir de então, Carmem morou durante 28 anos nos Estados Unidos. Por volta de 1953 é que Carmem resolveu voltar a cantar, gravando "eu sou a outra", pela Copacabana. Em 1958, ao viajar para o México, a fim de cumprir contrato para cantar em diversos locais, foi comunicada de que estava dicorciada. No México, gravou o elepê "Carmem Costa no México", com músicas de Vinícius, Doores Duran, Tom Jobin e Ataulfo Alves. A partir deste disco é que começou seu reconhecimento como cantora, o que originou uma série de convites por diversos países. Hoje, crítico comparam a voz de Carmem Costa à de Billie Holliday, a mais dramáticas das damas do jazz. Ricardo Cravo Albin, ex-diretor do Museu da Imagem e do Som, a inclui ao lado de Nora Ney, Carmen Miranda e Elizete Cardoso entre as quatros estilistas da música popular brasileira. FOTO LEGENDA- Carmem Costa cantará dia 14 no Paioil PELÉ NO BANCO Com relação ao pronunciamento feito por Pelé na Câmara Federal e Senado recentemente, Ulisses Guimaraes não deixou por menos. "Agora o Brasil tem um novo constitucionalista. Ao receber a homenagem do povo brasileiro, através de senadores e deputados por ele eleitos, contraditoriamente Pelé doutrina que o povo brasileiro não sabe votar. A declaração insensata e indelicada mostra que Pelé é bom de bola, mas ruim de história. Os adversários da Abolição diziam que os escravos não estavam 'amadurecidos' para a liberdade. Tivesse vingado tal conceito hortigranjeiro que estranhamente assemelha povos a frutas, o 13 de maio não teria redimido a raça negra". Já o deputado arenista Álvaro Valle, depois de considerar Edson Arantes como um legítimo representante do povo brasileiro, disse: "Pelé tem tanta força no pé, por que exigir que tenha alguma na cabeça?" ____________________________ Entre os formandos de medicina da Universidade Federal do Paraná (a ceromônia de entrega de diplomas será dia 15, no Teatro Guaíra), está Godart Yoshihiro Kinoshita. Godart integrou a equipe de Tecladores de O ESTADO por algum tempo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
09/12/1977

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