GENTE
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de março de 1973
Sua voz já foi comparada, por críticos rigorosos, como semelhante a de Billie Holliday, a mais dramática de todas as grandes Damas do Jazz. Sua agreste beleza morena lembra, como diz Ricardo Cravo Albin, uma princesa etíope. Ainda é o ex-diretor do Museu da Imagem e do Som que a inclue ao lado de Nora Ney, Carmen Miranda e Elizete Cardoso entre as quatro grandes estilistas da música popular brasileira. Por isso, Albin não poderia escolher outra cantora senão CARMEN COSTA para, ao lado de Ismael Silva - o compositor e fundador da primeira escola de samba do Brasil ("Deixa Falar"), para o show "Se Você Jurar", que teve estreia nacional no Teatro do Paiol, dia 7 último e que em breve estará em cartaz no teatro Opinião, na Guanabara. Albin define o espetáculo como "um ato de amor" a Ismael e Carmen e, mais do que isto, uma justa revisitação de dois de nossos maiores valores musicais. De origens humildes, Carmen e, mais do que isto, uma justa revisitação de dois de nossos maiores valores musicais. De origens humildes, Carmen teve seu primeiro contato com o mundo artístico nos anos 30 ao trabalhar, como copeira, na casa de Francisco Alves. Sua carreira - de muitas datas, inúmeros sucessos, sofridas paixões e diversas escalas goegráficas - é impossível de ser resumida em 24 linhas. Ausente há anos do mundo fonográfico brasileiro (nos EUA, onde já residiu muito tempo, gravou inclusive com Dizzy Gillespie), Carmen voltará agora, com um disco produzido pela RCA Victor, síntese musical de seus 30 anos de carreira. Um lp para fazer justiça ao seu imenso talento, a sua extraordinária sensibilidade, a sua voz perfeita. E ao qual voltaremos a falar - com mais vagar - dentro em breve.
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