Angela em seu mais sincero depoimento.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de maio de 1984
A entrevista da atriz Leila Diniz ( Niteroi, 25 de março de 1945/ Nova Delhi, 15 de junho de 1972 ) no número 22 de "Pasquim"( novembro de 1969 ), foi a que provocou a maior polêmica na primeira ( e melhor ) fase de hoje decadente seminário. A sinceridade, irreverência e sobretudo, os palavrões que a inesquecivel atriz de "Todas as Mulheres do Mundo" disse ( e que no jornal saíram com a sensura dos asteriscos ), ajudaram a construir a lenda de Leila Diniz, que hoje, 12 anos após a sua morte, continua a ser lembrada com carinho e provocar estudos, como a apaixonada biografia de Cláudia Calvacanti ( coleção "Encanto Radical", Brasiliense, 86 páginas).
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Uma entrevista depoimento tão sincera quanto foi há 15 anos passados, a conversa de Leila Diniz com os editores do "Pasquim", foi a gravada pela cantora Ângela Ro Ro com a simpatica Ana Lúcia Novaes, coordenadora de imprensa da Polygram. Um bate papo de algumas horas, no qual Ângela falou de seu bissexualismo, biritagens, complicações policiais, angustia e sede de viver. Enfim, um retrato por inteiro, sem meias verdades, tão emocionante que Ana Lúcia editou a entrevista numa fita mini cassete, dsitribuida a jornalistas ligados a área musical. Poucas vezes ouvimos uma artista falar com tanta sinceridade de sua vida pessoal, as barras que enfrenta, desiluções, amores, como faz Ângela nesta entrevista aparentemente promocional de seu novo ( e belo ) disco ( " A vida é Mesmo Assim", abril /84 ), mas antes de tudo, um documento humano e sincero. Aliás, as fotos do disco já são bastante sintonimáticas: na capa uma Ângela mandona, com véu na cabeça, sorriso meio angelical. Na contracapa, a Ângela sapeca, lingua de fora, provocativa.
Pena que a fita depoimento de Ângela não possa ser irradiada e sua edição tenha sido reservada. Trata-se e um retrato em branco e preto de extrama sinceridade de uma mulher que na sensibilidade de seu ser, assume todos os sentimentos.
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