Ângela, 40, a eterna rainha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de março de 1985
Quem foi rainha, nunca perde a majestade. A prova está nas páginas da "Veja" desta semana. Na interessante seção "Em Dia", que busca mostrar o quer fazem hoje as pessoas que estiveram em evidência há alguns anos, a focalizada é Ângela Vasconcelos, Miss Brasil 1964 e finalista do concurso Miss Universo.
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No texto, a lembrança óbvia: quando eleita Miss Brasil, no Maracanãzinho, Ângela surpreendeu os repórteres: ao invés do "Pequeno Príncipe" de Saint Exupery, a leitura "oficial" de todas as misses - elas estava lendo "A Metamorfose", de Franz Kafka, que a Civilização Brasileira havia lançado numa edição de bolso. Quando um repórter quis saber qual era seu prato predileto, foi irônica:
- Pirex.
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Arquiteta (mas trabalhando apenas eventualmente), Ângela é esposa do engenheiro e economista Vicente Brito Pereira, um dos maiores especialistas em planejamento de transportes. O casal tem três filhos e há alguns anos quase deixou a sua mansão no Itanhangá, no Rio, para voltar a Curitiba - quando Vicente estava sendo namorado pelo Ippuc para integrar a equipe. As negociações, entretanto, não chegaram a um final feliz.
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Apaixonado por cinema, Vicente Brito Pereira também fez uma experiência na área da importação e distribuição de filmes. Associado a Jack London (não o romancista, claro, mas o exibidor e fundador da Cooperativa Brasileira de Cinema) criou a Caribe Produções, que trouxe ao Brasil os filmes de Andrzej Wajda ("O Homem de Mármore", "O Homem de Ferro", "O Maestro", "Terra Prometida", "Sem Anestesia"), além do magnífico "Uma Arma para Johnny" que Dalton Trumbo (1905-1976) realizou em 1971 e que permaneceu inédito no Brasil durante 10 anos.
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Ângela, hoje aos 40 anos, foi Miss Círculo Militar, Miss Curitiba, Miss Paraná e Miss Brasil, num prazo de apenas 2 meses.
LEGENDA FOTO - Ângela, a Miss Brasil 1964.
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