Login do usuário

Aramis

Artigo em 10.04.1992

Juca Chaves, depois de ler as críticas do "Diário do "Norte do Paraná" ao Teatro Reviver, lembrando que o mesmo ainda não tem luz e água, aproveitou para fazer uma sugestão-piada ao prefeito Ricardo Barros: "Por que V. não patrocina uma montagem de "O Diário de Anne Frank". Acrescentou, informando que o famoso texto de Francis Goodrich e Albert Hackett, se passa no sótão de um casarão da Holanda, durante a II Guerra, na qual se esconde a família Frank, judeus perseguidos pelo nazismo. "Eles não tinham também luz e água", disse o menestrel, acrescentando: "Como o dono de jornal da oposição chama-se Frank Silva, talvez ele entenda isto como uma homenagem...". Ricardo, diplomaticamente, apenas sorriu. xxx O ministro Sérgio Paulo Rouanet percebeu que os maringaenses gostam de poesia. Ao desembarcar, já foi saudado por um bardo local, José Palma, 73 anos, que o recebeu com uma longa trova e se incorporou a caravana. Mais tarde, no coquetel na Sociedade Hípica, o radialista Antonio Mario Manicadi declamou um poema de Jorge Duque Estrada, do livro "Terra Crua". A secretária de Cultura, Lidia [Maques], entregou ao ministro vários presentes: discos dos festivais promovidos pelo município, o [brasão] e até um belo artesanato. xxx Juca Chaves, 54 anos, que completará em 22 de outubro, mostrou-se mais tranqüilo do que em passagens anteriores pelo Paraná. [Residindo] há 9 anos na Praia de Itapoã, Salvador, casado há 17 anos com sua musa Yara, sem filhos, vive muito bem, "pois não sou rico mas sou um rato trocador, que sei fazer negócios". Este ano, Juquinha adquiriu um Cadilac 0km, incorporando à sua frota de importados - que já tem um Jaguar e um Pontiac. Desde a juventude, já teve mais de 100 carros estrangeiros, assina todas as revistas sobre automobilismo editadas nos EUA e Europa e detesta entrar em carro nacional. Musicalmente, Juca está preparando, como faz nos últimos anos, em produção independente (para não sermos roubados pelas gravadoras) cinco CDs, reunindo o melhor de seus 35 anos de carreira: sátiras políticas, anedotas e modinhas. O ministro [Rouanet] ouviu, em primeira audição, a letra da sátira política que Juca Chaves está estreando no circuito que faz agora no Paraná (Londrina, Umuarama, Toledo e, hoje, no Cine-Teatro Plaza, em Maringá). Fala em Alceni Guerra, citado ao lado de Magri e dos Maltas. Há 30 anos, Juca em "Contrabando de Café" irritou ou lupionistas que, liderados por Anfrisio Siqueira, quiseram linchá-lo quando ele estava jantando no Fontana de Trevi, na Boca Maldita. Trêmulo, Juca só escapou de ter no mínimo sua então imensa cabeleira raspada a zero, com a intervenção de um choque da Polícia Militar. Helcio Borel Du Vernay, na época um dos integrantes da chamada "turma do Ouro Verde" - e que participou da "operação", que foi a Maringá, na condição de assessor de marketing da Fundação Teatro Guaíra, lembrava o fato. Mas, politicamente, mesmo jantando com Juca - com quem conversou longamente - não tocou no assunto.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
10/04/1992

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br