Artigo em 13.12.1981
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de dezembro de 1981
Com toda razão o produtor César Ribeiro da Fonseca, ex-diretor do Museu da Imagem e do Som, está furioso com a Marilda Pedroso, coordenadora dos projetos especiais da Sigla/Som Livre, e magoado com o compositor Edu Lobo. Afinal, foi Fonseca quem fez toda a produção executiva de "Jogos de Dança", para a gravação editada em elepê pela Som Livre, no mês passado, mas que apareceu com o nome de Marilda, embora o seu - bem como o de Marcelo Marchioro, diretor de arte e programação da Fundação Teatro Guaíra - o fossem destacados. Agora, no noticiário a respeito deste disco - por sinal, um dos melhores trabalhos instrumentais do ano, só é mencionado o nome de Marilda. Em suas entrevista, Edu Lobo também se faz desentendido, dizendo que "não sabe como" o diretor do Guaíra soube que ele tinha um projeto de fazer música para balé e foi convidá-lo. A verdade é aquela que já contamos aqui, há algum tempo: em março de 1980, Edu encontrou o jornalista Arakem Távora numa revenda Volkswagem, quando este ia ali adquirir um novo veículo (com o prêmio do "Golfinho de Ouro", que recebeu do MIS-RJ, pelo seu programa "Os Mágicos", na TV-Cultura). Edu pediu então a Arakem para que interviesse junto a Ney Braga, sobre a possibilidade do Ballet Guaíra vir a convidá-lo para fazer um balé - sonho que acalentava desde sua volta dos Estados Unidos, há 7 anos. Arakem falou a Ney Braga que, naturalmente, se entusiasmou com o assunto e recomendou ao secretário Luis Roberto Soares e a Marcelo Marchioro, que tratassem do assunto. Edu e sua esposa, a cantora Wanda Sá, vieram a cidade e assistiram uma apresentação do Ballet Guaíra.
Frente a um estimulante contrato - que acabou lhe rendendo mais de Cr$ 1.200.000,00 (justo, pela qualidade da obra), Edu trabalho na obra, finalmente concluída no segundo semestre deste ano, coreografada por Clyde Morgan e levada a várias capitais. No Rio de Janeiro, críticos como Suza Braga ("Jornal do Brasil") e Maribel Portinari ("O Globo"), fizeram restrições ao espetáculo, especialmente ao estilo de "Broadway" e americanismo dada a coreografia, bem como os cenários e figurinos de Naum Alves de Souza também desagradaram os críticos. Mas o espetáculo tem seus méritos, a música é marcante e hoje, a partir das 15 horas, quem ainda não o assistiu tem uma chance, na apresentação especial que o Ballet Guaíra estará fazendo, complementando ao espetáculo do Curso de Danças Clássicas do Guaíra.
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