Artigo em 27.04.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de abril de 1975
1 - Impressionante a disparidade de preços dos elepês. Um disco numa loja da Rua XV Cr$ 45,00 e, pouco metros adiante, o concorrente vende a Cr$ 33,00. Questões de poder financeiro: quanto maior a compra, mais barato fica o produto e assim as pequenas lojas são obrigadas a vender o disco mais caro. E os tubarões fonográficos engordam cada vez mais.
2 - Apesar de duas lojas (Wings e Bruneti) estarem vendendo discos importados, é ainda impossível encontrar os álbuns com trilhas sonoras americanas na cidade. Por isso, o marchand-de-tablaux Jorge Carlos Sade, da galeria Acaiaca, está começando a entrar nesta selecionada faixa do mercado.
3 - Já que estamos falando nos aspectos comerciais da música, justiça seja feita: a gentileza e atenção com que Marisa Azevedo, proprietária das lojas Cash Box, dispensa a clientela. Uma equipe de boas vendedoras, demonstram o quanto ajuda a simpatia para formar um público. Idem, idem, para a equipe de Elias Fara na Wings.
4 - Raimundinho Monte Santo, jovem compositor e cantor que Marcus Pereira lançou em compacto simples, há seis meses, estará até hoje, no Teatro Paiol, mostrando seu som. Uma das músicas do compacto, "America Neblina", tem sido bastante executada por algumas [rádios].
5 - O produtor Roberto Santana, animado como sucesso dos dois shows de Toquinho e Vinicius, há uma semana, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, está transando outro bom espetáculo: Caetano e Gal Costa.
6 - Guerra nos cachês dos artistas populares contratados pelos clubes. Muita gente cobrando o que não vale, enquanto outros de grande valor, não conseguem magros pagamentos. Tudo por falta de melhor orientação.
7 - Saiu o aguardado lp "Academia de Danças" com o erudito Egberto Gismonti. Pena que a Odeon não tenha mais promoção em Curitiba e com isso este bonito disco não tenha a cobertura que mereceria.
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